A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, apelou esta sexta-feira à Rússia que “aceite a sua responsabilidade” no caso do abate do voo MH17 quando sobrevoava a Ucrânia, em 2014.
“A União Europeia (UE) apela à Federação Russa que assuma as suas responsabilidades e colabore plenamente com todos os esforços no sentido de estabelecer a autoria” do abate do avião, disse em comunicado a Alta Representante para a Política Externa da UE.
Também hoje, os governos holandês e australiano responsabilizaram formalmente a Rússia pelo abate do voo da Malaysia Airlines (MH17) no leste da Ucrânia.
"Exigimos que a Rússia assuma a sua responsabilidade e coopere plenamente com a descoberta da verdade e para fazer justiça com as vítimas do voo MH17 e seus familiares", afirmou o ministro holandês dos Assuntos Exteriores, Stef Blok, em comunicado.
Blok acrescenta que o Governo australiano se junta ao holandês na responsabilidade formal da Rússia na “ativação da instalação do (sistema de mísseis) BUK com que se derrubou" o MH17.
As autoridades russas já foram informadas por ambos os países deste passo, que é uma ferramenta que pode ser usada pelos Estados quando outros "não cumprem as regras do Direito Internacional", acrescenta a nota.
Na quinta-feira, os investigadores internacionais deste caso indicaram que o míssil que abateu o avião que fazia o voo MH17 foi lançado de uma unidade militar russa: “o míssil Bouk-Telar que abateu o MH17 veio da 53.ª brigada antiaérea baseada em Koursk, na Rússia”.
Já o procurador holandês Fred Westerbeke disse que os investigadores têm "feito grandes progressos com a identificação de cerca de 100 pessoas envolvidas no facto", mas disse também que a investigação "ainda não acabou”.
O voo MH17 saiu de Amesterdão, na Holanda, e tinha como destino Kuala Lumpur, na Malásia, quando foi atingido por um míssil a leste da Ucrânia, a 17 de julho de 2014.
Todos os 298 passageiros e tripulantes morreram no acidente.
A Rússia sempre negou o seu envolvimento no ataque ao avião.