O tema dos divorciados que voltaram a casar foi um dos mais debatidos durante o Sínodo da Família e o Papa Francisco já expressou a importância de ser feito um “trabalho de integração” destes cristãos na vida da Igreja.
Esta sexta-feira é o dia em que se fica a conhecer a exortação apostólica “A Alegria do Amor”, o documento com as conclusões finais do sínodo e que certamente trará mais enquadramento à questão dos divorciados recasados.
O Papa já tem vindo a deixar algumas ideias sobre o tema. No mês passado, Francisco sublinhou que “integrar na Igreja não significa comungar”. “Eu conheço católicos recasados que vão à igreja uma ou duas vezes por ano [e dizem]: ‘Eu quero comungar’, como se fosse uma honorificência”, disse aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, após a visita a Cuba e ao México.
Para Francisco, “todas as portas estão abertas” neste trabalho de integração, mas não é possível dizer que “de agora em diante” todos vão poder comungar. “Isso seria ferir os cônjuges, o casal, porque não lhes permitiria fazer esse caminho de integração”, advertiu na altura.
O Papa adiantou que o documento pós-sinodal vai retomar a reflexão sobre a “pastoral das famílias feridas”, bem como sobre a “preparação para o matrimónio”. Francisco acrescentou que outro capítulo “muito interessante” será dedicado ao tema da “educação dos filhos”, da falta de tempo dos pais.
“A palavra-chave que o Sínodo usou e que eu vou retomar é ‘integrar’ na vida da Igreja as famílias feridas, as famílias de recasados, mas não devemos esquecer-nos de pôr as crianças no centro. São as primeiras vítimas, seja das feridas, seja das condições de pobreza”, realçou.