O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou esta segunda-feira que o Estado vai assumir 54% do capital social do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
“O SIRESP é uma sociedade anónima na qual o Estado vai assumir a maioria do capital. Isso foi decidido no passado sábado”, disse Eduardo Cabrita a jornalistas no final de uma cerimónia que assinalou o nono aniversário da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da Guarda Nacional Republicana.
O ministro adiantou que “estão a decorrer trabalhos que visam a reestruturação da estrutura accionista de modo a que o Estado tenha uma palavra decisiva na gestão da empresa SIRESP SA, que passa por assumir 54% do capital social do SIRESP”.
Na sua primeira intervenção pública, o novo ministro da Administração Interna sublinhou também que, no futuro, a GNR vai ter “um papel determinante na prevenção e no combate aos incêndios”, nomeadamente através do reforço do Grupo de Intervenção Protecção e Socorro (GIPS).
Eduardo Cabrita destacou igualmente outra das medidas que saiu do Conselho de Ministros de sábado e que passa por dotar a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) “de uma estrutura permanente” e com “um quadro de pessoal estruturado” que lhe permita acorrer e dar uma resposta a todas as situações de protecção e socorro.
”A ANPC vai ser reforçada, consolidando e dando uma estrutura permanente à sua direcção, garantindo que essa estrutura tenha um quadro próprio e é provida por concurso”, sustentou.
Eduardo Cabrita avançou que a GNR, ANPC, sapadores florestais e Força Aérea, no que toca à gestão dos meios aéreos, “serão pilares numa estrutura que terá uma coordenação e uma unidade de comando”.
“Emergência” e “futuro”
O ministro indicou que o Governo está actualmente a “responder à emergência” e a prestar apoio imediato às populações mais necessitadas, mas também “a preparar o futuro” sobre o que é necessário fazer até ao próximo Verão e “preparar aquilo que é um modelo assente na estreita interligação entre a prevenção e o combate”.
Nesse sentido, avançou que os meios aéreos foram reforçados devido ao risco de incêndio através da contratação, até ao final do mês, de 13 helicópteros e quatro aviões anfíbios, estando desde hoje ao serviço e colocados nas zonas de maior risco.
Os meios aéreos disponíveis passaram de 18 para 35, além de um reforço do patrulhamento que está a ser feito pela GNR e Forças Armadas.
O novo ministro aproveitou a cerimónia que assinalou o aniversário da UCC para homenagear os bombeiros, elementos das forças de segurança e das Forças Armadas que, ao longo dos últimos dias, “prestaram um esforço solidário” no combate aos incêndios.