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A Grécia acusa Portugal de discriminação por querer receber refugiados yazidi, uma minoria religiosa perseguida pelos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico, avança a Associated Press.
O ministro grego das Migrações considera que a oferta do Governo de Lisboa é injusta para os refugiados de outras etnias e vai rejeitá-la.
Coming Wednesday: Greece rejects resettlement offer for Yazidi refugees, say singling out the persecuted minority is discriminatory. pic.twitter.com/OUGjwlUTU5
— The Associated Press (@AP) 24 de janeiro de 2017
A notícia é conhecida horas depois de o ministro Eduardo Cabrita ter afirmado esta terça-feira, no Parlamento, que Portugal vai receber 30 pessoas da comunidade yazidi nas próximas semanas.
Na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Assembleia da República, o ministro-Adjunto Eduardo Cabrita revelou que no decorrer das próximas duas semanas vai chegar um grupo de 30 pessoas da comunidade yazidi, familiares, que vão ser acolhidas na cidade de Guimarães.
Eduardo Cabrita acrescentou que ainda no decorrer do primeiro trimestre deste ano irão chegar mais cem pessoas da mesma comunidade, que serão acolhidas em Lisboa, destacando que Portugal poderá receber até 400 pessoas, tendo sido um dos únicos dois países europeus, a par com a Alemanha, que se disponibilizaram para acolher pessoas yazidi.
Igualmente presente na audição, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade esclareceu que o acolhimento de pessoas da comunidade yazidi se insere no âmbito de programas específicos para acolhimento de grupos particularmente frágeis.
A par desta comunidade, Portugal está a preparar programas específicos para menores não acompanhados, num trabalho em conjunto com a Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS).
O ministro-adjunto Eduardo Cabrita revelou, a propósito, que Portugal já acolheu mais de 900 pessoas refugiadas, distribuídas por 81 autarquias, estimando que esse número chegue às mil até Fevereiro.
Aproveitou igualmente para adiantar que 97% destes refugiados tem ensino da Língua Portuguesa, explicando que os outros 3% ou chegaram na semana passada e ainda não estão inseridos ou são casos de recusa.
Relativamente à inserção no mercado de trabalho, Eduardo Cabrita disse que era de 10% em Junho do ano passado e que esse número passou para 25% actualmente.