Os deputados italianos aprovaram, na noite desta sexta-feira, num voto de confiança, o orçamento de 2023, o primeiro do Governo de direita de Giorgia Meloni, que segue a filosofia do seu antecessor, Mario Draghi, centrando-se na luta contra a inflação.
O orçamento, votado após várias sessões noturnas de deputados e membros do Governo, prevê mais de 21 mil milhões de euros em medidas de apoio às famílias e empresas para fazer face ao aumento dos preços da energia e à consequente inflação geral.
O projeto de orçamento recebeu 221 votos "sim" contra 152 votos "não" na Câmara dos Deputados.
Os senadores devem, por sua vez, adotá-lo na próxima semana, antes do Ano Novo, e o Governo irá certamente colocar novamente a questão da confiança para evitar qualquer alteração do seu projeto.
A Comissão Europeia aprovou o projeto de orçamento da Itália em meados de dezembro, mas rejeitou várias medidas consideradas incompatíveis com as recomendações anteriores feitas a Roma.
O plano de dar aos retalhistas o direito de recusarem o pagamento por cartão bancário de montantes inferiores a 60 euros, sem incorrer em sanções, foi considerado contrário aos imperativos de combate à evasão fiscal e esta medida foi eliminada do orçamento.
No entanto, o Governo de Giorgia Meloni manteve o aumento do teto para pagamentos em dinheiro de dois mil para cinco mil euros, o que também estava na mira da Comissão Europeia.
Outra medida denunciada por Bruxelas, uma amnistia fiscal que permitia a anulação de dívidas até mil euros, relacionadas com o período 2000-2015, foi também prorrogada.
Os trabalhadores beneficiarão de cortes fiscais de 2% para rendimentos até 35 mil euros por ano, como no Governo anterior de Mario Draghi, e 3% para salários inferiores a 25 mil euros, enquanto a pensão mínima aumenta para 600 euros para os maiores de 75 anos.