Já se encontra a funcionar, "de forma estabilizada e dentro de padrões de segurança", a rede de oxigénio do Hospital Fernando Fonseca, mais conhecido por Amadora-Sintra. A informação é avançada nesta quarta-feira de manhã, em comunicado.
Um conjunto de constrangimentos naquela rede obrigou, na terça-feira, à transferência de 43 doentes para outras unidades de saúde da região de Lisboa, “com vista a garantir a diminuição do número de internados a necessitar de oxigénio em alto débito”. A notícia inicial falava em 48 doentes transferidos, os números foram agora corrigidos para 53. Mas na manhã de quarta-feira foram de novo corrigidos para 43 pacientes.
Em comunicado, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) diz que se mantém a monitorização permanente do fluxo da rede de oxigénio medicinal e garante que nunca esteve em causa “a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede”, explicando que os constrangimentos se prenderam com “a dificuldade existente em manter a pressão”.
“De igual modo, em momento algum os doentes internados estiveram em perigo devido a esta ocorrência, tendo as flutuações da rede sido colmatadas com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais, cujo esforço se enaltece e agradece publicamente”, acrescenta o hospital.
Na nota divulgada nesta quarta-feira, o Hospital Amadora-Sintra agradece a solidariedade dos hospitais que receberam os doentes e às corporações de bombeiros, INEM e empresas privadas, que permitiram transferir os doentes “num tempo relativamente curto”.
“Este verdadeiro funcionamento em rede, envolvendo várias entidades, permitiu dar uma resposta exemplar a uma ocorrência extremamente desafiante”, sublinha.
Amadora-Sintra tem 363 doentes Covid e já não tem camas
O HFF lembra que é o hospital da região Lisboa com mais doentes Covid-19 internados, num total de 363 (à data de terça-feira) e sublinha ainda que, desde o início do ano, houve um aumento de 400% de doentes infetados com o novo coronavírus internados naquela unidade. Muitos deles “necessitam de oxigénio medicinal em alto débito”.
O comunicado refere também que já tem em curso “um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigénio, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras”.
“O reforço desta infraestrutura vai melhorar a capacidade de resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo”, acrescenta.
Além disso, “tiveram também já início os trabalhos de instalação de uma rede redundante na Torre Sintra, que – tal como a rede redundante já instalada na torre Amadora – irá reforçar a rede de gases medicinais já existente”.
Ao que a Renascença apurou, nesta quarta-feira deverão ser transferidos 19 doentes, uma vez que o hospital já esgotou a capacidade dedicada à Covid-19, que é de 180.
Por isso, ao abrigo de um protocolo com o Hospital da Luz, vão ser transferidas 19 pessoas infetadas, que serão acompanhados por profissionais da unidade de Almada, uma vez que a Luz apenas cede o espaço.
Segundo avança o jornal “i”, sete administrações de hospitais da Área Metropolitana de Lisboa enviaram um documento à Administração Regional de Saúde de Lisboa – com conhecimento do Ministério da Saúde – no qual relatam o esforço que está a ser feito pelas diferentes unidades.
Pede-se melhor distribuição de doentes entre hospitais da zona Centro e Norte da capital (cuja taxa de ocupação ronda os 25-32%) e as unidades da periferia (com taxa de ocupação entre os 45 e os 71%).
[notícia corrigida às 13h00]