A presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener, admite fortes constrangimentos no aeroporto de Lisboa, mas rejeita que haja falta de pessoal.
Esta tinha sido uma das explicações do sindicato de pilotos para o cancelamento de voos na companhia aérea portuguesa nos últimos dias.
No entanto, Christine Ourmières-Widener garante que estão confortáveis.
“Tivemos alguns problemas de absentismo, devido à Covid e desafios relacionados com o verão, que estamos a tentar resolver. Mas já recrutámos mais de 300 tripulantes de cabine. Não tivemos necessidade de recrutar pilotos, temos os suficientes e estamos a fazer um bom trabalho este verão”, refere Ourmières-Widener.
Ainda segundo a presidente da TAP, o problema neste momento é capacidade para dar resposta a tantos cancelamentos.
“Temos voos cancelados que não conseguimos acrescentar à capacidade do dia seguinte. Tentamos garantir que o volume de voos e de passageiros que não viajaram sejam reagendados, mas é muito complicado porque os voos estão lotados”, acrescenta.
A gestora admite dificuldades desde sexta-feira: “Foi um dia muito difícil, tivemos o que chamamos de efeito bola de neve durante o fim-de-semana. Tivemos um sábado muito difícil e hoje também. Estamos a tentar fazer o melhor, estamos a avisar os passageiros para não se dirigirem ao aeroporto”.
Christine Ourmières-Widener falou à margem da deslocação ao Brasil de Marcelo Rebelo de Sousa.
De recordar que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) lembrou que a TAP foi proibida na sexta-feira de usar os serviços de uma companhia inglesa para operar alguns voos. Esta proibição terá obrigado ao cancelamento de, pelo menos, oito ligações no sábado.
Tiago Faria Lopes lembra que “a companhia Eastern Airways deixou de operar para a TAP pela autoridade nacional. Para os voos que já estão vendidos é um prejuízo muito grande para a TAP. Os voos vão provavelmente ser cancelados, irá haver certamente indemnizações aos passageiros e, em terceiro lugar, a imagem da marca está completamente esmagada”.
Por outro lado, o sindicato garante que há 17 pilotos em casa, sem trabalhar, por decisão da companhia.
Segundo as contas da ANA Aeroportos, os cancelamentos previstos para este domingo em Lisboa já chegaram aos 38 (20 chegadas e 18 partidas).