O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quinta-feira que operação de compra de ações dos CTT por parte da Parpública “não foi mantida em segredo” e que apenas não foi revelado publicamente por “razões óbvias”: para não inflacionar o preço das ações.
“A operação não foi mantida em segredo. Os CTT são uma empresa cotada. As ações foram compradas em bolsa, por isso forma mais pública não há. O que não foi revelado publicamente? A intenção do Estado comprar, mas por uma razão óbvia: porque no dia em que o Estado anunciasse que pretendia comprar ações dos CTT, elas começavam a aumentar o preço. Portanto, aquilo que teríamos que pagar pela compra das ações, era muito superior ao que tivemos que pagar", apontou.
Em declarações aos jornalistas em Lisboa, Costa indicou que a compra de ações foi feita “por cautela” e “de bom senso”, numa altura em que estava a chegar ao fim o contrato de concessão do Serviço Postal Universal, para evitar a disrupção do serviço.
“Estávamos numa fase onde estava a chegar ao seu termo o contrato de concessão, que tinha que ser renovado, e por cautela entendemos que era de bom senso o Estado ter uma participação no capital”, afirmou Costa.
A aquisição de 0,24% das ações dos CTT foi feita entre agosto e outubro de 2021, tendo sido assinado um novo contrato de concessão em janeiro de 2022, mas só foi conhecida esta semana, depois de estar incluída no Relatório e Contas de 2021, com a indicação 'Outros'.
Costa acrescenta também que, por isso, a aquisição de participação na empresa “não prosseguiu”. “Felizmente, a negociação foi feita, o contrato foi renovado e não foi necessário prosseguir com esta operação e ficámos com aquela posição completamente residual”, acrescentou.
O chefe de Governo indicou ainda que, nos 27 países da UE, só em três é que o Estado não tem qualquer participação no capital da sua empresa de correio, considerando-o um “serviço essencial”.
[notícia atualizada às 17h22]