Caso Valieva. Federação de patinagem quer aumentar idade mínima para provas seniores
18-02-2022 - 14:42
 • Renascença com Lusa

Intenção é passar de 15 para 17 anos. Proposta surge após o caso de alegado doping da russa Kamila Valieva, de 15 anos, que está a marcar os Jogos Olímpicos de Inverno 2022.

A Federação Internacional de Patinagem (ISU) vai apresentar, em congresso, uma proposta para aumentar de 15 para 17 anos a idade mínima para participar em competições seniores de patinagem artística, disse fonte do organismo à agência noticiosa AFP.

Segundo a ISU, “a proposta detalhada será publicada a 30 de abril” e terá de ser aprovada por, pelo menos, dois terços dos 13 membros do conselho, atualmente presidido por Jan Dijkema, dos Países Baixos.

A proposta, que deverá ser analisada em junho, surge numa altura em que a modalidade está envolvida numa polémica, devido ao caso de alegado doping da patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, que está a marcar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022.

Kamila Valieva, que na quinta-feira terminou na quarta posição o concurso individual de patinagem artística de Pequim 2022, tem estado no centro de uma polémica devido a um resultado positivo por doping, que levou à sua suspensão, entretanto anulada, das Olimpíadas.

Valieva foi autorizada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) a disputar o concurso individual. O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) decidiu que a patinadora não deve ser suspensa de forma provisória antes de uma audiência completa sobre o teste positivo, pois impedi-la de participar nos Jogos de Inverno causar-lhe-ia “danos irreparáveis”.

A jovem russa, atual campeã europeia, testou positivo a trimetazidina a 25 de dezembro de 2021, durante os campeonatos da Rússia.

A mãe de Valieva argumentou que o avô dela era um utilizador regular de trimetazidina, o que explicaria como esta entrou no sistema da patinadora. No entanto, Valieva também indicou o uso de duas substâncias legais utilizadas para melhorar a função cardíaca, o que anula o argumento de que uma substância proibida poderia ter entrado acidentalmente no organismo, ou seja, doping involuntário.

A 11 de fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Tal como os seus compatriotas, Valieva compete em Pequim sob a égide do Comité Olímpico Russo devido ao escândalo de doping que abalou o país. Fez manchetes em todo o mundo quando realizou na capital chinesa, pela primeira vez na história, um salto quádruplo.