Depois de cinco anos de negociações e de dezenas de greves, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa aceitaram esta sexta-feira o acordo de empresa apresentado pelo conselho de administração.
“Estivemos em negociações até agora, desde a entrada deste novo conselho de administração. Apresentaram-nos uma proposta final, que levámos hoje a plenário e foi aprovada pelos trabalhadores”, disse à Renascença Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes (FECTRANS).
Ultrapassada esta questão, a sindicalista adianta que subsistem outros problemas, como o desinvestimento na empresa e o regulamento de carreiras, mas esse diferendo é com o Governo “e não com o conselho de administração”.
“O conselho de administração e os trabalhadores, creio que estamos em condições de poder celebrar o acordo de empresa pelo qual os trabalhadores tanto lutaram durante quase cinco anos”, sublinha Anabela Carvalheira.
A FECTRANS vai propor à administração do Metropolitano de Lisboa que o acordo de empresa seja assinado já na próxima reunião, marcada para 9 de Novembro.
Apesar desta decisão dos trabalhadores, a delegada sindical fez questão de "separar as águas" e assegurou que vão "continuar a lutar" por outros direitos.
"Os trabalhadores não têm aumentos desde 2007, nem progressão nas carreiras, tem de se fazer investimentos no Metro e o Governo tem de desbloquear a contratação colectiva", resumiu.
Afirmando que estas questões dependem do Orçamento do Estado, Anabela Carvalheira adiantou que vão participar nas acções que forem organizadas "para que o Governo perceba que os trabalhadores têm direito a ver melhoradas as condições de trabalho e da sua vida".