A "fome de bola" é tão crítica que até uma "salada sem condimentos" será devorada pelos jogadores. A imagem, escolhida por Sérgio Conceição, serve para descrever o ambiente em que se vão realizar os jogos, sem adeptos nas bancadas.
"Faltarão os condimentos necessários que metemos numa boa salada, mas se tivermos fome temos de a comer na mesma. E nós temos. Por isso, vamos lá para dentro como se o estádio estivesse lotado, com gente do Famalicão e os nossos adeptos a apoiar-nos, como sempre, até ao fim", regista o treinador, já a pensar no desafio de quarta-feira.
Serão jogos sem "sal", mas também sem alguma "pimenta", muitas vezes mal digerida, mas que, nestes tempos, até seria bem-vinda: "Até as assobiadelas farão falta, mas temos de olhar para o que é recomendável e enfrentar as coisas como elas são".
Os jogos não terão público, em respeito pelo protocolo sanitário de prevenção de contágio por Covid-19, mas a diretora-geral da Saúde deixou já a porta aberta à possibilidade de, ainda esta época, os adeptos voltarem aos estádios.
A diretora-geral da Saúde já esclareceu que essa decisão irá "depender de uma avaliação rigorosa, dos prós e dos contras”. Graça Freitas sublinha que é indispensável “a cada momento fazer a avaliação do risco”.
Memória azeda de uma arbitragem e desejos de felicidade para as terceiras equipas
Foi há quase três meses que o FC Porto realizou o último jogo, no Dragão, frente ao Rio Ave. Um empate a um golo, que inviabilizou a possibilidade dos azuis e brancos ficarem com quatro pontos de vantagem sobre o Benfica, que no mesmo dia havia empatado (1-1) com o Vitória de Setúbal.
Sérgio Conceição ainda tem a partida bem presente na memória e, em particular, a arbitragem de Artur Soares Dias.
"A crítica foi unânime em dizer que merecíamos ganhar o jogo e por mais do que um golo, mas por um momento infeliz da terceira equipa estamos a um ponto e não a quatro do nosso principal rival", lembra, quando convidado, na conferência de imprensa, a responder se esperava manter a dinâmica que o Porto evidenciava antes da paragem.
Sérgio espera manter que a equipa consiga manter a tendência que vinha apresentando, com exceção da partida com o Rio Ave. A propósito, e numa ligação direta, o treinador aproveitou para "desejar a maior felicidade do mundo às terceiras equipas [de arbitragem], que são tão importantes, e que no fim ganhe quem tiver mérito".
Em Famalicão sem Marcano, Alex Telles e Nakajima
O regresso à competição, já esta quarta-feira, acontece em Famalicão e o FC Porto "está preparado" para defrontar a equipa que seu treinador considera ser "a grande surpresa do campeonato".
Os minhotos estão no 7.º lugar da Primeira Liga, a lutar por um lugar europeu, e têm "jovens com grande qualidade técnica e um treinador que já mostrou que tem grande capacidade".
Para o primeiro jogo da retoma, Sérgio Conceição não vai contar com Marcano, lesionado, Alex Telles, castigado, e Nakajima, que não tem treinado com o grupo por estar em apoio domiciliário à mulher, a recuperar de um problema asmático.
"É sempre mau não ter o plantel todo à disposição. Lamento o que aconteceu ao Marcano, é um jogador importante para nós em campo e no balneário. O Nakajima não está no grupo de trabalho e a direção está a tratar do assunto", comenta o técnico.
Wilson Manafá deverá ser o substituto de Alex Telles no lado esquerdo da defesa e Mbemba entrará para o lugar de Marcano, no eixo. Nakajima deverá ser rendido no 11 por Luis Díaz.
Sublinhando que "a paragem não beneficiou nenhuma equipa", Sérgio Conceição destaca que os jogadores do FC Porto estiveram "sempre focados, a trabalhar mutíssimo bem". Nesse sentido, espera uma boa resposta diante do Famalicão.
O jogo é esta quarta-feira, às 21h15. Partida com relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.