Seria "mau para a marca Cristiano Ronaldo" caso o capitão da seleção nacional decidisse apoiar uma candidatura rival à portuguesa para a organização do Mundial 2030.
O jornal espanhol "Marca" revela que Ronaldo tem acordo com a Arábia Saudita para ser embaixador de uma candidatura daquele país em conjunto com a Grécia e Egipto para a organização do mundial de 2030. Uma prova em que Portugal já apresentou candidatura à sua organização, juntamente com a Espanha e Ucrânia. Perante este cenário, poderemos estar perante um conflito de interesses entra a FPF e Cristiano Ronaldo.
Sobre o impacto que teria, se a notícia se confirmar, Bola Branca ouviu Daniel Sá, o presidente do IPAM (Instituto Português de Administração de Marketing), que considera que seria mau para a marca Ronaldo porque levantaria aos portugueses o sentimento de traição.
"Se considerarmos que a presença de Cristiano Ronaldo no campeonato da Arábia Saudita, indiretamente poderá fazer parte da tentativa de promoção do Mundial de 2030, parece-me legítimo e natural que aconteça. Mas se Ronaldo assumir o papel de embaixador dessa candidatura, poderá danificar a sua marca. Porque promover um Mundial contra Portugal não é seguramente uma boa ação do ponto de vista de marca. Será uma espécie de traição, e ainda mais numa candidatura que terá pouca probabilidade de sucesso", assegura.
Daniel Sá avisa que os portugueses não iriam deixar passar em claro uma situação que iria contra o apoio que Ronaldo sempre deu a Portugal.
"O nível de traição iria variar de pessoa para pessoa, mas não tenho dúvida que não houvesse um único português que não achasse pelo menos má a iniciativa. Não tem grande sentido, ainda por cima com a história de Ronaldo, que sempre puxou pelo país, e em todos os clubes que passou sempre demostrou que tinha orgulho em se português. Tenho muita dificuldade em acreditar que Ronaldo assuma esse papel de embaixador", afirma.
Por outro lado, o líder do IPAM diz que se Ronaldo apoiar a candidatura e avançar contra Portugal, a Federação iria ter um impacto negativo ao nível internacional.
"A traição não é só vista pelos portugueses, os estrangeiros ao verem uma situação destas terão a mesma opinião. Se a Arábia Saudita ganhasse o direito de organizar o Mundial de 2030 com o apoio intenso de Ronaldo, haveria um desconforto e um impacto muito grande na Federação Portuguesa", assegura.
Ronaldo ainda não abordou o assunto nem desmentiu a notícia, e Daniel Sá entende que o jogador não o deve fazer antes de revelar qual o seu próximo clube.
"Ele não deveria desmentir esta notícia, porque caso contrário, teria de o fazer quase todos os dias, porque quase todos os dias há notícias que são falsas sobre Ronaldo. Compreendo o silêncio neste caso específico e acho que Ronaldo estará preparado para comunicar algo, que será qual o seu próximo clube", conclui.