A Associação dos Juristas Católicos (AJC) apela ao Presidente da República para que “vete politicamente a lei sobre eutanásia e suicídio assistido que venha eventualmente a ser aprovada pela Assembleia da República nos próximos dias”.
Em comunicado, a associação lembra que já várias vezes afirmou a sua oposição à legalização da eutanásia e do suicídio assistido, por essa legalização “representar a quebra do princípio da inviolabilidade da vida humana (ou proibição de matar), princípio estruturante da civilização e da ordem jurídica”.
“Para além dessa fundamental razão de ordem ética e jurídica”, a Associação dos Juristas Católicos assinala a “ilegitimidade política democrática do atual Parlamento para aprovar tal legalização, pois ela não constava dos programas eleitorais dos dois maiores partidos, cujos deputados até estão divididos sobre a questão”.
“Trata-se de uma manobra oportunista, que impede uma mínima discussão pública da versão da lei sujeita a discussão (pois essa versão nem sequer foi até agora publicada) e que visa impedir que esta questão, de tão relevante importância, seja, agora sim, submetida a discussão na próxima campanha eleitoral”, acusam os juristas católicos em comunicado.
A Associação dos Juristas Católicos considera ainda que se lei vier a ser aprovada “nestas anómalas condições, e num contexto em que a atenção dos agentes políticos e da opinião pública está antes concentrada numa crise política, justifica-se plenamente o veto político do Presidente da República para impedir esta tão evidente falta de legitimidade política”.
A nova proposta de lei para a legalização da Eutanásia vai a votos na próxima quinta-feira, dia 4 de novembro.