O Papa Francisco considera que a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa "marcou o início de uma grande peregrinação dos jovens através do mundo, em nome de Jesus Cristo".
Na audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, Francisco dedicou todo o seu discurso ao balanço do encontro mundial de Lisboa, sublinhando que, depois do isolamento e do fechamento dos jovens, motivado pela pandemia, a JMJ foi um "empurrão de Deus no sentido oposto".
O Papa recorda que "os jovens do mundo inteiro foram a Lisboa em grande número e com grande entusiasmo".
"Não eram férias, uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual por si só; a JMJ é um encontro com Cristo vivo por meio da Igreja, um encontro que faz crescer a fé e onde muitos descobrem o chamado de Deus: ao matrimónio, à vida consagrada, ao sacerdócio", reforçou Francisco.
Nesta audiência geral, toda ela dedicada ao balanço da JMJ de Lisboa, o Papa sublinhou ainda a “presença vital” dos jovens em Portugal que sairá reforçada com a “transfusão recebida de igrejas de todo o mundo”.
Francisco não esqueceu, também, o papel decisivo da Igreja portuguesa para esta “onda de jovens que invadiu pacificamente o país e sua bela capital”.
“Agradeço a Deus por isso, pensando especialmente na Igreja local que, em retribuição ao grande esforço feito para a organização e acolhimento, receberá novas energias para continuar a sua caminhada, para lançar novamente as suas redes com paixão apostólica”, referiu.
Guerras e conflitos? "JMJ mostrou que outro mundo é possível"
Por último, Francisco aludiu aos conflitos no mundo e, em
particular, à guerra na Ucrânia e manifestou a sua esperança na juventude rumo
ao futuro de paz.
"Na Ucrânia e noutros lugares do mundo, as pessoas lutam, enquanto em certas salas escondidas se planeia a guerra. Isso é terrível!"
No entanto, o Papa realça o sublinhado de esperança que a presença dos jovens em Lisboa deixou para os tempos mais próximos: "a Jornada da Juventude mostrou a todos que um outro mundo é possível, um mundo de irmãos onde as bandeiras de todos os povos tremulam lado a lado, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas. A mensagem dos jovens foi clara. Será que os grandes da Terra vão ouvi-la?".
Francisco considera que o entusiasmo vivido em Lisboa na primeira semana de agosto "é uma parábola para o nosso tempo".
"Ainda hoje Jesus diz-nos: 'Quem tem ouvidos para ouvir que ouça, quem tem olhos para ver que veja. Que todo o mundo ouça esta Jornada da Juventude e veja a beleza da juventude que avança", conclui o Papa.
Francisco recordou, também, a passagem pelo Santuário de Fátima onde rezou com jovens deficientes e reclusos "para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: orgulho, mentira, inimizade, violência. O mundo está doente com estas doenças".
"Rezei pela paz, porque há tantas guerras em todas as partes do mundo", sinalizou Francisco.
[notícia atualizada às 10h24]