A procura de centros de estudos e de explciações está a aumentar à entrada do terceiro período letivo
A Confederação das Associações de Pais (CONFAP) aponta as sucessivas greves de professores como causa deste aumento de procura.
A presidente da CONFAP, Mariana Carvalho, considera que as greves estão a contribuir para um cenário de abrandamento da aprendizagem de difícil recuperação: “Aquilo que nós conseguimos verificar é que há um conjunto de situações, desde a pandemia, desde a falta de professores, desde as greves, que levaram efetivamente ao comprometimento da aprendizagem dos nossos alunos.”
Este quadro agrava, por sua vez, as desigualdades entre alunos "porque as famílias que têm capacidade ou disponibilidade económica para contratar um apoio privado estão a fazê-lo".
"Quem tem capacidade financeira consegue ter este serviço, quem não tem não consegue e, portanto, aquilo que nós gostaríamos é que todas as crianças e jovens tivessem a mesma oportunidade ou oportunidades idênticas”, aponta a presidente da CONFAP
"Os mais vulneráveis, os mais frágeis são aqueles cujas famílias não conseguem recorrer financeiramente a serviços privados, portanto, evidenciam-se ainda mais as desigualdades", acrescenta.
Na perspetiva de Mariana Carvalho, a maior procura de apoio privado explica-se com a incapacidade da escola pública em dar resposta às necessidades de aprendizagem dos alunos, restando aos pais procurar alternativas.
"As famílias tendem a tentar poupar noutras coisas para conseguir que os seus filhos tenham mais segurança nos seus estudos", diz a dirigente.
“O entendimento geral é que melhores resultados escolares permitem abrir um maior leque de oportunidades e os pais esforçam-se por isso”, acrescenta Mariana carvalho.