Numa época com “notórios desequilíbrios económicos e sociais”, Francisco pediu esta segunda-feira aos empresários espanhóis que transformem criativamente a face da economia, “para que esteja mais atenta aos princípios éticos e não esqueça que a sua atividade está ao serviço do ser humano, não apenas para alguns, mas de todos, especialmente dos pobres”.
Numa audiência às associações de jovens empresários de Espanha, o Papa pediu-lhes que sejam “profetas que anunciam e constroem a casa comum, respeitem todas as formas de vida, interessando-se pelo bem de todos e pela promoção da paz”. E alertou que “sem profecia, a economia e, em geral, toda acção humana, é cega”.
Francisco apelou à conversão dos próprios empresários porque, “a heroicidade da vossa parte, que o mundo precisa hoje, só pode ser sustentável se houver raízes fortes.” O Papa acrescentou que “a conversão económica será possível quando experimentarmos uma conversão de coração; quando formos capazes de pensar mais nos necessitados; quando aprendermos a colocar o bem comum antes do bem individual; quando entendermos que a falta de amor e justiça nos nossos relacionamentos é consequência de uma negligência no nosso relacionamento com o Criador, e isso afeta também a nossa casa comum”.
Por fim, o Santo Padre invocou o exemplo de São Francisco, cujo modelo “tem a ver com trabalho e pobreza” e sublinhou que se pode criar uma economia que reconcilie entre si os membros das várias etapas de produção, sem se desprezar, nem criar maiores injustiças, nem experimentar uma fria indiferença.
“Isto não significa que se ame a miséria, que deve ser combatida, e para isso vós tendes bons instrumentos, como a possibilidade de criar empregos e assim contribuir para dignificar o próximo”, concluiu.