O balanço de vítimas decorrentes dos ataques ao aeroporto de Cabul, no Afeganistão, subiu para mais de 90 mortos e pelo menos 150 feridos.
As contas são avançadas nesta sexta-feira de manhã pela CNN, citando fonte do Ministério afegão da Saúde.
Os ataques vitimaram também militares norte-americanos – o novo balanço aponta agora para 13 mortos e 18 feridos.
“Um 13.º soldado dos EUA morreu de ferimentos sofridos no ataque”, anunciou nesta sexta-feira o porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, major Bill Urban, citado pela agência France Presse.
“O número de feridos é agora 18”, acrescentou, o que representa uma atualização face aos 12 óbitos e 15 feridos anteriormente registados.
Em resposta aos ataques, o Presidente dos Estados Unidos já prometeu “caçar” os autores do duplo atentado e “fazê-los pagar”.
“Não esqueceremos, não perdoaremos e vamos caçar-vos e fazer-vos pagar”, afirmou Joe Biden, num discurso transmitido ao final da tarde em Washington, depois de um momento emocionado em que relembrou a morte do filho, ele próprio um antigo combatente militar.
Biden afirmou ainda que os ataques eram esperados, mas que não irão alterar a estratégia definida para a saída dos EUA do Afeganistão. Avisou ainda que poderão estar a ser preparados mais atentados terroristas.
Os talibãs já vieram anunciar que os ataques mataram 28 dos seus membros.
Estado Islâmico reivindica ataques
Os dois ataques da tarde foram reivindicados pelo ramo afegão do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI), que no Afeganistão é considerado inimigo dos talibãs.
Num comunicado divulgado pela sua agência de propaganda, Amaq, o grupo Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês) afirma que um dos seus combatentes franqueou “todas as fortificações de segurança” e se colocou a menos de “cinco metros de militares norte-americanos”, tendo então detonado o seu cinto de explosivos.
O comunicado só menciona um bombista suicida e apenas uma bomba.
O Pentágono, contudo, reportou a ocorrência de dois atentados-suicida seguidos de um tiroteio, advertindo ainda para a existência de “uma série de ameaças ativas” contra o aeroporto de Cabul, que vão de um possível ataque com foguetes a um atentado com um veículo armadilhado.
OS EUA mantêm a intenção de retirar todos os cidadãos norte-americanos e aliados afegãos até terça-feira, 31 de agosto, mas o Presidente norte-americano acrescenta que a intenção de ajudar estes cidadãos a sair do país para lá da data se mantém, e que haverá maneira de os ajudar a abandonar o Afeganistão, terminando uma presença de 20 anos.
Além das duas explosões junto ao aeroporto e perto de um hotel nas imediações do local, uma terceira explosão ouvida em Cabul, perto da meia-noite desta sexta-feira (hora local) não correspondeu a qualquer ataque, mas à destruição de material pelos militares dos EUA no aeroporto, disse o porta-voz dos talibãs.