O ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, anunciou a sua “total disponibilidade” para prestar esclarecimentos na comissão de inquérito à gestão da TAP, após PSD e Chega terem pedido que este seja ouvido com “máxima urgência”.
Frederico Pinheiro, exonerado por João Galamba, escreveu aos deputados que está disponível para uma audição no Parlamento, após contradições entre si e o ministro sobre as circunstâncias em que ocorreu a reunião secreta entre a ex-CEO da TAP, membros do Governo e da bancada parlamentar do PS.
"Endereço-me a Vossa Excelência na sequência dos requerimentos apresentados com vista à minha audição, a fim de comunicar a minha total disponibilidade para prestar quaisquer esclarecimentos que os Exmos. Deputados membros da CPI possam julgar necessários", lê-se no "email" enviado ao presidente da comissão, Jorge Seguro Sanches, a que a Lusa teve acesso.
A audição de Frederico Pinheiro no âmbito da comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP já tinha sido requerida por PSD e Chega na sexta-feira.
Após o caso ter sido conhecido, Frederico Pinheiro acusou Galamba de ter tentado ocultar as notas dessa reunião secreta, ocorrida a 17 de janeiro, e que o ministro terá tido uma “reação irada” quando foi sugerida a divulgação das mesmas notas à comissão de inquérito à gestão da TAP, tendo sido despedido no dia seguinte.
Em reação, Galamba diz que Frederico Pinheiro escondeu as notas durante dois meses e só as divulgou ao seu ministério no último dia do prazo para a entrega de documentos relativos à reunião à comissão de inquérito. E que o adjunto foi despedido, não pela existência das notas, mas por as ter ocultado.
Numa conferência de imprensa este sábado, João Galamba esclareceu os motivos que levaram à intervenção dos Serviços de Informação e Segurança (SIS), na recuperação de um computador da posse do adjunto exonerado Frederico Pinheiro.
Este computador, sabe a Renascença, teria informações classificadas sobre o plano de reestruturação da TAP.
A natureza das informações contidas no computador levou o governante a contactar o primeiro-ministro e a ministra da Justiça. Só após este contacto foi pedida a intervenção ao SIS e à Polícia Judiciária.