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O período de 15 dias durante o qual os alunos portugueses não vão ter aulas presenciais nem à distância será compensado nas interrupções de Carnaval e da Páscoa e no verão.
A informação foi avançada esta quinta-feira pelo ministro da Educação, em conferência de imprensa depois de António Costa ter anunciado, horas antes, o encerramento das escolas face ao aumento diário de infeções, mortes e internamentos por Covid-19 no país.
Tiago Brandão Rodrigues esclareceu que os dias de suspensão letiva "vão ser compensados na interrupção letiva do Carnaval, naquilo que restava da interrupção letiva da Páscoa e, também, com uma semana no final do ano letivo".
O ministro da Educação reconhece que se trata de "uma janela temporal relativamente pequena, sabemos que depois disso teremos que tomar decisões", deixando a porta aberta para medidas adicionais que podem passar pelo regresso do ensino à distância, depois de 5 de fevereiro.
"Teremos de, ou voltar presencialmente, um ciclo, dois ciclos, todos, ou voltar ao ensino à distância", diz.
"Muitas delas ainda não começaram a surtir efeito e, nesse sentido, é importante adicionar medidas suplementares e veremos o que é que vai acontecer", assume Tiago Brandão Rodrigues.
"Os diretores disseram que estamos no momento do calendário escolar onde podemos, ainda, fazer compensação, ainda temos dias nas interrupções letivas que nos permitem esta compensação mas, depois daí, sabemos que não teremos ad eternum um conjunto de dias para fazer essa substituição".
O ministro da Educação reconhece que a evolução da pandemia em Portugal não deixa outra alternativa a não ser este encerramento, para já, de duas semanas, e admite que "todo o processo educativo destes alunos vai ser sacrificado", bem como a sua própria saúde a longo prazo.
"Esta é a geração que vai pagar uma fatura muito maior do que a nossa geração, a geração dos mais velhos: daqui a 20 anos vamos ter problemas oncológicos respiratórios, cardiovasculares e de saúde mental", admite.
Reafirmando o que já tinha sido anunciado ao início da tarde desta quinta-feira, o ministro da Educação sublinha que as escolas vão permanecer de portas abertas para assegurar as refeições das crianças abrangidas pela Ação Social Escolar e para receber os filhos dos trabalhadores de setores essenciais.
Interrupção letiva "é para todos", público e privado
Questionado sobre a intenção dos colégios privados manterem atividades letivas à distância, o ministro da Educação lembra que "esta é uma interrupção letiva para todos".
"Tenho muito respeito pelo ensino particular e cooperativo, mas não são as nossas universidades e os nossos institutos politécnicos com o grau de autonomia que têm", sublinha Brandão Rodrigues.
"Este ziguezaguear e, não digo oportunismo, mas espreitar sempre a exceção, ou tentar fazer diferente, é o que nos tem causado tantos problemas", adverte o ministro.