O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) iniciou esta segunda-feira uma greve de três dias, paralisação inserida nos protestos organizados pela estrutura que congrega os vários sindicatos e associações do setor da segurança interna.
O dirigente sindical Frederico Morais avançou à Lusa que a greve teve início às 00h de hoje e termina às 24h de quarta-feira, precisando que ainda não tem dados oficiais da adesão à paralisação, mas devem rondar os 80%.
“A greve está relacionada com as ações de protestos da Comissão Coordenadora Permanente (CCP), uma vez que o sindicato é das poucas organizações que pertencem à CCP que pode fazer greve”, afirmou Frederico Morais.
A CCP dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que congrega elementos da PSP, GNR, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE, iniciou hoje uma série de ações de protesto com a distribuição de panfletos nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, na antecâmara da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), contestando as atuais condições de trabalho.
Ao decretar três dias de greve, os guardas prisionais quiseram demonstrar, segundo o sindicalista, que os elementos das forças e serviços da segurança estão unidos.
“Mesmo que o Governo às vezes faça questão de nos separar, é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa”, frisou, dando conta que em causa nestes protestos estão os descontos para os subsistemas de saúde, para os quais descontam 14 meses mas só usufruem de 12 meses, e a falta de progressões na carreira, condições de trabalho e de efetivo.
Em várias línguas, o panfleto, que hoje foi distribuído nos aeroportos a quem estava a chegar ao país, tinha como título “o amor à camisola tem um preço” e dá conta das reivindicações dos elementos das forças e serviços de segurança, designadamente revisão das tabelas salariais e melhores subsistemas de saúde para os quais descontam 14 meses por ano.
“A imagem que o Governo está a tentar transmitir para o mundo é que está tudo bem em Portugal, nos queremos mostrar ao mundo que está tudo mal para as forças de segurança”, disse o dirigente do SNCGP.
A CCP inclui a Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a Associação Socioprofissional da Polícia Marítima (ASPPM), o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) e a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE).