Estagiar em Silicon Valley, trabalhar em São Francisco, fazer meio mundo de mochila às costas. E voltar para Vila de Frades para produzir vinho de talha. Foi o que fez Rúben Honrado.
Nesta aldeia com cerca de 800 habitantes no distrito de Beja, luta-se contra a desertificação, e o vinho tem sido uma das armas utilizadas. O concelho de Vidigueira quer colocar o método de produção ancestral - do tempo dos romanos- no inventário nacional, e depois elevá-lo a património imaterial da humanidade da UNESCO. Pelo meio, os deputados do PCP prometem ajudar.
No Alentejo profundo, canta-se que Vila de Frades "já não tem abades, mas tem adegas que são catedrais". O vinho de talha serve-se na malga, enquanto se ouve cante alentejano. São os símbolos que formam raízes e puxam os jovens que teimam em sair para as grandes cidades.