Há doentes de Parkinson que ficam um ano à espera de consulta de acompanhamento. A denúncia é feita pela Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDk) nesta quinta-feira, dia mundial dedicado à doença.
Segundo a associação, os longos períodos de espera são prejudiciais, devido à dificuldade em acertar com o tratamento mais adequado.
“Um doente Parkinson, às vezes, até chegar à medicação que lhe permite estar bem durante um tempo mais prolongando, tem que fazer vários ajustes e, se não acertar logo à primeira, tem de fazer mais uma consulta, que pode demorar de quatro a cinco meses ou até um ano”, o que leva a uma descompensação, alerta a presidente da associação, Ana Botas, em declarações à Renascença.
O portador de Parkinson, uma doença crónica, necessita de acompanhamento contínuo e a demora das consultas dificulta a resposta ao tratamento, insiste a APDk.
Para assinalar Dia Mundial da Doença de Parkinson, a associação reedita a campanha de sensibilização #UniteforParkisons, cujo lema é “aproveitar mais cada dia”.
Dessa campanha faz parte um vídeo, no qual testemunhos reais revelam como se vive de forma positiva com a doença.
Este ano, a empresa “Delta Cafés” uniu-se à ação e distribuiu cerca de cinco milhões de saquetas de açúcar com os depoimentos dos doentes.
Linha telefónica gratuita para dúvidas
Para esclarecer dúvidas sobre a doença de Parkinson, a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson criou uma linha telefónica em parceria com o Campus Neurológico (CNS).
O número é: 261 330 709. Está em funcionamento aos sábados, entre as 18h00 e as 19h00, e as chamadas são totalmente gratuitas. O atendimento é feito por neurologistas.
A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum ao nível de mundial, só ficando atrás da Doença de Alzheimer.
Em Portugal, existem entre 18 e 20 mil pessoas com esta doença de movimento, sendo que, todos os anos são identificados cerca de dois mil novos casos.
Para tratamento, é recomendado que os doentes sejam acompanhados por equipas multidisciplinares, incluindo neurologistas, fisioterapeutas e terapeutas de fala. Contudo, o acesso a esses cuidados ainda é muito escasso e com grandes assimetrias no país, refere o diretor do CNS, Joaquim Ferreira.
Ainda assim, segundo o também professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, “felizmente, quase todos os medicamentos e as mais recentes tecnologias para tratar a doença estão disponíveis em Portugal. Apenas temos de garantir que todos os doentes têm acesso e tempo útil, a esses tratamentos”.