O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou esta sexta-feira que o Governo está “a trabalhar afincadamente” para estender a maturidade das moratórias bancárias dos setores e empresas cuja retoma de atividade será mais lenta.
“Relativamente às moratórias bancárias que terminam, no seu conjunto, no final de setembro, estamos a trabalhar afincadamente para podermos estender a maturidade relativamente aqueles setores e empresas que, em função das características da sua atividade, vão demorar mais tempo a recuperar”, disse o ministro na conferência de imprensa de apresentação das novas medidas de apoio ao emprego e às empresas decididas no Conselho de Ministros da passada quinta-feira.
Já relativamente à moratória da componente de juros destes créditos, cujo final está previsto já para 31 de março - “exceto no caso dos setores mais afetados, como o turismo, cultura e algum comércio, nos quais também se prolonga até setembro”, precisou - Siza Vieira pôs de parte a hipótese de prorrogação, mas desvalorizou o impacto do final da medida.
“Neste momento não existe possibilidade, dentro do enquadramento definido pela autoridade bancária europeia, para proceder a uma extensão dessa moratória de juros”, disse, acrescentando que, “de uma maneira geral, esta não é uma matéria de preocupação”.
Segundo explicou o ministro, em causa estão “os juros devidos por empréstimos contraídos antes da pandemia, por empresas que não estão nos setores mais afetados”, e cuja moratória teve a duração de seis meses, sendo que a informação transmitida pelo setor bancário “é que o valor destes juros, particularmente num contexto de taxas de juro tão reduzido, não é muito significativo”.
“De uma maneira geral, os bancos estão a dizer-nos que estão a trabalhar com os respetivos clientes para avaliar a sua situação e a sua capacidade de começar já a fazer face a juros. Estamos a falar de empresas industriais, de empresas de serviços e de algum comércio, mas, de uma maneira geral, esta não é uma matéria de preocupação”, sustentou.
Desde abril do ano passado que milhares de clientes não estão a pagar os créditos aos bancos, fazendo uso do decreto-lei do Governo que permite moratórias nos empréstimos, criadas como uma ajuda a famílias e empresas penalizadas pela crise económica desencadeada pela pandemia de covid-19.