O presidente da Associação de Administradores Hospitalares, considera que o afastamento da ministra da Saúde era esperado e defende uma substituição rápida.
“Era demissão expectável face ao contexto que se foi criando nos últimos meses, e que obrigava a uma forte capacidade de diálogo, que foi faltando, e, por outro lado, ela revelou alguma dificuldade em fazer valer dentro do Governo as suas soluções para o SNS. Ela foi criando as condições para esta demissão”, diz à Renascença Xavier Barreto.
Para o responsável, Marta Temido não conseguiu mobilizar o setor e não teve a força política para convencer o Conselho de Ministros a tomar decisões importantes sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em relação ao próximo responsável pela pasta, Xavier Barreto disse esperar que seja uma substituição rápida e que seja um ministro com capacidade técnica e conhecimento do setor, mas que tenha um “forte peso político para convencer o Conselho de Ministros a investir mais no SNS”.
Quanto aos aspetos positivos na governação Temido, Xavier Barreto realçou o combate à pandemia de Covid-19.
A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou demissão esta madrugada por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo, demissão que foi aceite pelo Primeiro-ministro, António Costa.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.
Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Recentemente, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.
A saída da ministra da Saúde acontece após a morte de uma mulher após uma cesariana de urgência no Hospital São Francisco Xavier. A grávida de 31 semanas tinha sido transferida de Santa Maria por falta de incubadoras no serviço de Neonatologia e sofreu uma paragem cardiorrespiratória durante o transporte.