O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, vai convidar António Lobo Xavier e Miguel Morais Leitão para coordenar o gabinete de Apoio Estratégico e Programático do partido, caso a sua criação seja hoje aprovada no congresso estatutário de Aveiro.
"É com muita honra que, sendo aprovada esta proposta, convidarei para presidir a este órgão que, sublinho, será fundamental no futuro do partido, o dr. António Lobo Xavier e o dr. Miguel Morais Leitão", disse hoje Nuno Melo no início do 30.º Congresso do CDS-PP, que decorre no Centro de Congressos de Aveiro.
No decorrer da sua intervenção de abertura, que visou apresentar a proposta de alteração dos estatutos do CDS-PP do qual é o primeiro signatário, o também eurodeputado disse também que vai convidar Maria Luísa Aldim para coordenar o Gabinete de Comunicação do partido, cuja criação vai também hoje ser votada.
Já para o gabinete de Relações Internacionais, o último dos três novos órgãos que Nuno Melo pretende implementar no CDS-PP, o presidente do partido anunciou que convidará Luís Queiró.
No início da sua intervenção, após ter pedido um minuto de silêncio em memória do piloto de aviões que morreu na sexta-feira no combate aos incêndios, em Vila Nova de Foz Côa (Guarda), Nuno Melo pediu aos congressistas que "encarassem este congresso como ele é".
"É estatutário, não tem que ver com derrota. Este congresso tem que ver com superação. Não tem que ver com passado, embora nos sintamos muito honrados pelo nosso passado. Este congresso é presente e está focado no futuro", afirmou.
Nuno Melo confrontou ainda a proposta de alteração estatutária de Nuno Correia da Silva, dizendo que não concorda "nada com uma perspetiva estatutária" que queira "ancorar" o partido "apenas na democracia cristã".
"Somos muito mais do que isso, toda a gente sabe que o CDS é democrata cristão. Eu não vou é desvalorizar aqueles outros que também fazem parte do CDS, nomeadamente os que se reveem mais em teorias conservadoras ou liberais", afirmou.
À chegada ao congresso, aos jornalistas, o presidente do partido Nuno Melo disse que as correntes de opinião, que a sua revisão revisão estatuária propõe acabar, foram um projeto que "fracassou", porque "entrincheiraram pessoas em processos de disputa interna, quando o partido tem é de se virar para fora e falar do futuro".
Na abertura do congresso, o presidente da Mesa José Manuel Rodrigues, classificou hoje o facto de o partido ter perdido representação parlamentar como um "acidente de percurso", afirmando que "os portugueses já concluíram que o CDS faz falta a Portugal".
Cerca de 700 militantes do CDS-PP debatem e aprovam hoje alterações aos estatutos partidários, num congresso em Aveiro, assinalando, à tarde, os 48 anos do partido, que perdeu representação parlamentar nas legislativas de janeiro.