A Polícia Judiciária (PJ) identificou a maioria dos cerca de 15 homens que terão participado na discussão num bar em Bragança e que terminou na agressão e morte do jovem estudante cabo-verdiano.
De acordo com o “Jornal de Notícias”, os suspeitos já foram interrogados, enquanto prossegue a investigação forense e se fazem exames complementares no âmbito da autópsia.
O diário escreve que embora nenhum cenário esteja afastado, nada aponta para um crime de ódio racial mas, antes para uma rixa que terá começado quando alguém deu um empurrão a outro, dentro do bar. Uma explicação que já tinha sido avançada na segunda-feira pelo jornal “Público”.
Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura do Ano Judicial, no Palácio da Ajuda, na segunda-feira, o diretor da Judiciária referiu que a PJ está a investigar este crime “há muito poucos dias”. Luís Neves garantiu que “a PJ está fortemente empenhada em descobrir os autores das agressões”.
O Governo português já lamentou a "barbara agressão" que resultou na morte de um estudante cabo-verdiano em Bragança, deixando garantias de que os responsáveis serão identificados e levados à justiça.
O caso chegou às autoridades de Bragança como um possível alcoolizado caído na rua sem menção a agressões ou ferimentos, segundo comandante dos bombeiros de Bragança. Só depois de chegar ao local e avaliar a vítima é que a equipa de emergência descobriu um ferimento na cabeça e “verificou que se tratava de um possível traumatismo craniano”, indicou.
Giovani Rodrigues morreu a 31 de dezembro no Hospital de Santo António, no Porto, para onde foi transferido de Bragança, onde na madrugada de 21 de dezembro foi encontrado caído na rua.
O jovem, de 21 anos, estava caído na Avenida Sá Carneiro, mais de meio quilómetro e alguns minutos a pé do bar Lagoa Azul, onde terá estado com um grupo de amigos e onde terá começado uma desavença.
No sábado, o bar Lagoa Azul publicou nas redes sociais um esclarecimento a confirmar que na madrugada do dia 21 de dezembro, “por razões desconhecidas, dois clientes envolveram-se em confrontos no bar”. “Nenhum dos envolvidos neste confronto era o Luís Giovani Rodrigues”, refere, lamentando a morte do jovem. Soube-se mais tarde que um dos envolvidos fazia parte do grupo com quem o estudante cabo-verdiano tinha saído.