Portugal não tem uma política de pescas e está a perder dinheiro por não investir no setor. A opinião é do secretário-geral da Associação dos Armadores de Pesca Industrial, Luis Vicente.
Em declarações à Renascença, Luis Vicente explica que as quotas já não são um impedimento para se conseguir pescar mais e que o problema agora é passa por embarcações velhas e falta de mão de obra, questões que tardam em ser resolvidos devido a falta de visão para o setor.
"Não temos uma política de pesca, temos medidas para tentar aliviar os problemas, mas acho que Portugal não percebeu que tipo de pesca que quer", diz Luis Vicente, lembrando que já não vai voltar o tempo em que os pescadores portugueses iam pescar a "muita longa distância, para cima das costas dos outros países".
Do ponto de vista ambiental, Luis Vicente reconhece que a política europeia deu uma ajuda, por exemplo, ao nível dos stocks. Por outro lado, mostra-se crítico sobre a falta de apoios para os barcos de pesca terem motores menos prejudiciais.
“A União Europeia vai subsidiando, em parte apenas para as embarcações mais pequenas, cada vez menos à medida que as embarcações crescem, e a partir das embarcações de 24 metros, que são as maiores e que são as que têm mais consumo, simplesmente não apoia", explica.
Do lado da pesca artesanal, António Alberto, 54 anos, desde que se lembra de ser gente, lembra-se da sua vida estar associada ao mar. É pescador e um dos fundadores da Associação de Pescadores da Ericeira.
Questionado sobre as regras que a União Europeia tem imposto no setor, António Alberto aplaude essas iniciativas, mesmo reconhecendo que alguns podem não cumprir. Ainda assim, assegura, os pescadores há já muitos anos que mudaram de comportamento na defesa do mar e da praia.
A sustentabilidade da pesca é o tema da da edição desta semana do podcast Renascença Euranet Plus.