O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz-se “chocado” com a existência do bónus de dois milhões atribuído à presidente executiva da TAP.
Em carta enviada aos associados assume que não são contra prémios de gestão, mas contra uma gestão que visa apenas esse objetivo, à custa dos salários e dos direitos dos trabalhadores.
O texto refere que “os lucros históricos são sustentados nos cortes aos trabalhadores do grupo, que há associados que vivem em condições dramáticas e que persiste a precariedade laboral na empresa”.
Segundo o sindicato, estes dois milhões permitiriam “atenuar a rigidez financeira imposta aos trabalhadores do grupo” e admite que na “ânsia” em renovar os Acordos de Empresa pode estar o interesse de garantir “prováveis bónus da administração”.
Não estranha, mas lamenta ter ficado a saber pela comunicação social do prémio que a presidente executiva irá arrecadar, se atingir os objetivos, quando o plano de reestruturação continua por divulgar, aos trabalhadores e aos contribuintes.
O sindicato dos tripulantes acrescenta também que aguarda os 48 milhões prometidos, que correspondem a um alívio dos cortes salariais, aos trabalhadores que estariam suspensos caso tivesse ocorrido a greve.
A carta termina com uma exigência: “uma gestão séria e transparente”.
A compensação está prevista apenas para o fim do contrato de cinco anos de Christine Ourmières-Widener, tendo como referência 80% do seu salário bruto anual, de acordo com o CM. A CEO da TAP recebe 504 mil euros por ano.