Estado "como que lavou as mãos" na situação dos lares, diz padre Lino Maia
19-10-2020 - 19:25
 • Ana Rodrigues

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social admite à Renascença que possa ter havido violações dos Direitos Humanos no caso do Lar do Comércio, em Matosinhos.

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Depois das mortes de doentes com Covid-19 no Lar do Comércio, em Matosinhos, e do lar de Reguengos de Monsaraz, o padre Lino Maia admite que “pode ter havido violação dos direitos humanos”.

Trata-se de uma opinião que vai ao encontro do aviso deixado esta segunda-feira pela Ordem dos Advogados, que diz que o Estado pode vir a ser responsabilizado já que há indícios de violação grave dos Direitos Humanos.

Em declarações à Renascença, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) refere “que é preciso nestes casos fazer averiguações e ouvir todas as partes envolvidas, mas podem ter acontecido falhas”.

“Nem todos os direitos humanos foram suficientemente salvaguardados e alertei várias vezes que era preciso ter mais cuidados”, admite o presidente da CNIS.

Questionado sobre o que falhou na situação dos lares de idosos, o padre Lino Maia destaca o facto de terem sido “mandados para os lares doentes com Covid-19, havendo também falta de equipamento de proteção e atrasos nos testes”.

O presidente da CNIS diz que o Estado deve agir rapidamente para evitar mais mortes, porque “até aqui houve como que um lavar de mãos e é importante que haja uma maior articulação entre a Segurança Social e a Saúde”.

Depois, refere, “é preciso também que se oiça mais as pessoas que estão no terreno”, acrescentando que “muitas vezes quem toma as decisões não conhece a realidade”.