A Câmara Municipal de Lisboa vota esta quarta-feira à tarde uma proposta de um programa municipal para a criação de uma escola antirracista em todo o concelho.
A ideia parte da vereadora independente Paula Marques, que quer replicar em todas as escolas um modelo já existente na Escola Básica do Castelo, na freguesia de Santa Maria Maior, que até já recebeu o prémio dos Direitos Humanos do município.
Paula Marques explica que, no âmbito deste projeto, chamado “Com a mala na mão, contra a discriminação’, “as crianças que vêm de outras origens fazerem este confronto de vivências diferentes, línguas diferentes, de culturas diferentes sem ideia de que uma é superior à outra e somar, em vez de discriminar”.
Estas sessões de partilha, descreve a vereadora, realizam-se ao longo de todo o ano e envolvem toda a comunidade escolar. Paula Marques considera que essa ação continuada e abrangente é essencial para dar frutos.
A vereadora reconhece que a comunidade é acolhedora e tolerante, como foi visível durante a recente crise dos refugiados ucranianos, mas também admite que “ainda há caminho a fazer”.
“Estamos ainda muito longe daquilo que seria uma cidade saudável nessa matéria”, diz, lembrando que o combate ao racismo e a promoção da multiculturalidade “é uma questão de formação básica”.
Paula Marques mostra-se otimista com a aprovação da ideia e revela que já teve algumas conversas com os vereadores do pelouro.
Se o projeto for aprovado, o objetivo é que o programa seja implementa já no próximo ano letivo pelo menos em algumas escolas do pré-escolar e primeiro ciclo.