Os treinadores Pep Guardiola, Carlo Ancelotti e o internacional argentino Ángel Di María estão nomeados nos "Pandora Papers", uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que revela segredos financeiros de políticos e figuras públicas.
A investigação põe a descoberto os "segredos financeiros" de 35 líderes mundiais (atuais e antigos) e de mais de 330 políticos e funcionários públicos, de 91 países e territórios, entre os quais Portugal. O semanário Expresso diz serem Manuel Pinho, Nuno Morais Sarmento e Vitalino Canas.
De acordo com o "El País", Pep Guardiola teve uma conta aberta em Andorra até 2012 até aproveitar uma folga nos impostos em Espanha para regularizar a sua situação fiscal.
O conselheiro fiscal do treinador do Manchester City, Lluís Orobitg, explicou, citado pelo "El País", que a conta foi apenas utilizada para depositar o seu salário que recebeu enquanto era jogador do Al-Ahli, do Catar, entre 2003 e 2005.
O nome de Pep Guardiola surge nos documentos da empresa Alemán, Cordero, Galindo and Lee (Alcogal), uma das firmas no centro da investigação.
Carlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid e um dos mais famosos e reconhecidos técnicos do mundo, é outro dos nomes mencionados. O treinador italiano surge mencionado pelos valores que recebeu entre 2013 e 2016, aquando da sua primeira passagem pelos "merengues".
De acordo com a investigação, Ancelotti utilizou uma sociedade localizada nas Ilhas Virgens para gerir os seus direitos de imagem. Ancelotti declarou-se culpado de defraudar os cofres do Estado espanhol este ano, pelo mesmo motivo, e pagou uma multa de mais de 300 mil euros.
Di María investigado desde os tempos do Benfica
Ángel Di María é, para já, o único jogador que surge nos Pandora Papers. O atual jogador do Paris-Saint Germain e ex-Benfica utilizou uma sociedade no Panamá para o mesmo fim que Ancelotti: explorar os seus direitos de imagem.
Segundo o "La Sexta", o argentino é dono da empresa desde 2009, tempo em que ainda era jogador do Benfica, meses antes de se mudar para o Real Madrid.
De acordo com a imprensa argentina, Di María moveu mais de oito milhões de euros entre 2013 e 2017, período em que representou Real Madrid, Manchester United e PSG, clube onde joga desde 2015. Em causa estão os seus contratos milionários de publicidade com marcas como Adidas e Coca-Cola.
Em 2017, o internacional argentino chegou a um acordo com o fisco espanhol para pagar uma multa a rondar os dois milhões de euros por ocultar os rendimentos recebidos em direitos de imagem.
A nova investigação do consórcio põe a descoberto os segredos financeiros daqueles 35 líderes mundiais (atuais e antigos) e de mais de 330 políticos e funcionários públicos, de 91 países e territórios, entre os quais Portugal. .
Entre os nomes referidos na investigação, estão o rei Abdallah II da Jordânia, o primeiro-ministro da República Checa, Andrej Babis, e o Presidente do Equador, Guillermo Lasso, revela a investigação, publicada em órgãos de informação como The Washington Post, BBC e The Guardian.
A investigação revela ainda novos detalhes sobre importantes doadores estrangeiros do Partido Conservador do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e detalha atividades financeiras questionáveis do "ministro oficioso de propaganda" do Presidente russo, Vladimir Putin