Paulo Núncio anunciou este sábado que o CDS vai pedir uma audição do ex-ministro das Finanças para obter explicações sobre a redução de dívida pública realizada no final de 2023. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) alertou, a 10 de abril, para uma redução "artificial" da dívida.
No discurso no congresso do CDS, a decorrer em Viseu, o líder parlamentar do partido decidiu "alertar para um facto grave que foi conhecido", referindo-se ao alerta da UTAO deixado num relatório sobre condições dos mercados, dívida pública e dívida externa até março que foi entregue no Parlamento.
No relatório, a UTAO classifica a redução da dívida pública como "artificial", alertando que "a obrigação de servir a dívida detida por entidades públicas permanece para os contribuintes", e declarou que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social tem a obrigação de ter no balanço do primeiro trimestre o mesmo valor nominal em instrumentos da dívida pública portuguesa que detinha a 31 de dezembro de 2023.
"A UTAO denunciou que essa redução artificial só foi feita à conta do dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e do dinheiro da Caixa Geral de Aposentações. Isto é de uma enorme gravidade e o CDS não pode deixar passar isto em claro", declarou Paulo Núncio.
"Como tal, gostaria de anunciar ao Congresso e ao país que esta segunda-feira o CDS vai pedir a audição do ex-ministro das Finanças Fernando Medina na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, para dar explicações sobre o truque da redução artificial da dívida com dinheiro das pensões dos portugueses", anunciou o líder parlamentar dos centristas.
Para o deputado do CDS, "em Portugal não pode valer tudo", pelo que "o dinheiro das pensões dos portugueses não pode servir para truques políticos dos socialistas".
"O ex-ministro Fernando Medina foi o autor desta estratégia. O ex-ministro Fernando Medina tem que responder perante o Parlamento", exclamou.