A ONU afirmou que tanto Marrocos como Espanha fizeram “uso excessivo da força” na fronteira de Melilla, no último fim de semana, quando uma tentativa de entrada de migrantes resultou na morte de 23 pessoas.
Na sua conferência de imprensa diária, o porta-voz da organização aludiu aos acontecimentos da fronteira do enclave espanhol no norte de África, após ser questionado pelas habituais reações de “tristeza” ou choque do secretário-geral, António Guterres, a vários acontecimentos.
“Já que me perguntam, quero expressar, usando um termo já usámos, o quão chocados ficámos com as imagens de violência que vimos na fronteira entre Marrocos e Espanha, no norte de África, neste fim de semana”, comentou Stéphane Dujarric.
Frisou também que observaram “o uso excessivo da força pelas autoridades”, que “deve ser investigado”, porque “é inaceitável”.
“Os Estados têm obrigações perante a lei internacional, a convenção internacional dos direitos humanos e os direitos dos refugiados. Todas devem ser respeitadas”, acrescentou.
A organização já tinha pedido hoje a abertura de um inquérito independente à tentativa forçada de passagem de cerca de dois mil migrantes na fronteira entre Marrocos e a cidade autónoma espanhola.
Durante a tentativa, na passada sexta-feira, de entrada em Melilla por cerca de duas mil pessoas, pelo menos 23 migrantes morreram e 140 polícias ficaram feridos, de acordo com as autoridades marroquinas.
Trata-se do balanço mais grave de todas as tentativas de passagem de migrantes para as regiões autónomas espanholas de Ceuta e Melilla, no norte de África.