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A Coreia do Norte não dá sinais de querer mudar a estratégia, mesmo depois das ameaças de Donald Trump de que enfrentaria "fogo e fúria" se ameaçasse os Estados Unidos. O regime de Kim Jong-un apresentou esta quinta-feira planos detalhados para um ataque de mísseis perto de Guam, uma pequena ilha do Pacífico que é território norte-americano.
Pyongyang garante que está a concluir planos para disparar quatro mísseis de alcance intermédio sobre o Japão para aterrar a 30-40 quilómetros de Guam, acrescentando detalhes a um plano anunciado pela primeira vez na quarta-feira.
Guam, uma ilha tropical a mais de 3 mil quilómetros do sudeste da Coreia do Norte, é habitada por cerca de 163 mil pessoas. Neste território, que pertence aos Estados Unidos, há uma instalação da Marinha dos EUA que inclui um esquadrão submarino, um grupo da Guarda Costeira e uma base aérea.
Segundo o plano norte-coreano, os mísseis destinados a Guam atravessariam algumas das rotas marítimas e aéreas mais movimentadas do mundo.
A agência estatal de notícias norte-coreana, a KCNA, garantiu que o Exército norte-coreano pode ter prontos os seus planos para atingir as proximidades de Guam em meados de Agosto, bastando, depois, a ordem de Kim Jong-un, informou a agência estatal de notícias KCNA, que cita o general Kim Rak Gyom, comandante da Força Estratégica do Exército Popular Coreano.
A Reuters refere que, apesar de a Coreia do Norte ameaçar com regularidade atacar os Estados Unidos e os seus aliados, este relatório é incomum nos seus detalhes, sendo apresentado depois de dois testes bem-sucedidos de um míssil intercontinental, em Julho, e uma série de outros testes de mísseis.
"Mesmo que os mísseis do Norte não atinjam o território marítimo de Guam, os EUA não tolerarão tal provocação simplesmente porque é uma grave ameaça à sua segurança nacional", disse Cha Do-hyeogn, investiador do Asian Institute for Policy Estudos, em Seul, citado pela Reuters.
Especialistas na Coreia do Sul dizem que os planos revelados pelo Norte aumentaram significativamente os riscos de um conflito, uma vez que Washington poderá ver qualquer míssil apontado ao seu território como uma provocação, mesmo que seja lançado como um teste.
O progresso aparentemente rápido da Coreia do Norte no desenvolvimento de armas nucleares e mísseis com capacidade para chegar ao continente americano alimentaram as tensões que culminaram esta semana numa guerra de palavras entre Donald Trump e Pyongyang, enervando potências regionais e investidores globais.
As acções mundiais caíram pelo terceiro dia consecutivo e as acções em Seul caíram para um mínimo de sete semanas, depois de
"O diálogo sadio não é possível com um homem sem razão e apenas força absoluta pode trabalhar com ele", disse a KCNA sobre Trump. O Presidente norte-americano afirmou na terça-feira que, se continuasse a ameaçar os Estados Unidos, a Coreia do Norte enfrentaria "fogo e fúria como o mundo nunca viu".
A Coreia do Norte vai continuar a esticar a corda porque o seu programa nuclear é um seguro de vida, defendem vários investigadores.