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Rui Rio, antigo líder do PSD, garante que não foi constituído arguido e que as buscas de que foi alvo, por alegado uso indevido de fundos públicos, têm como objetivo atingir a sua imagem.
Em declarações aos jornalistas, Rui Rio disse estar de consciência tranquila, mas preocupado com o estado do país.
“Estou tranquilo, não estou é nada tranquilo com o país. Já não tenho uma esperança muito grande no país, mas quando vejo estas coisas fico com menos esperança”, declarou.
O antigo secretário-geral do PSD considera que está em causa uma prática comum em todos os partidos e considera que o seu envolvimento no caso pretende atingir a sua imagem.
“Isso é o que querem. Tudo isto é para afetar a minha imagem. Se afeta ou não, não sei. Eu também já tenho 30 anos de vida pública, as pessoas já me conhecem”, sublinha.
Questionado pelos jornalistas sobre o que está em causa nesta investigação, Rui Rio responde que “está em causa uma prática na Assembleia dos partidos todos. As pessoas podem achar bem, pode achar mal….”
"Pagamentos não são ilícitos"
O antigo secretário-geral do PSD garante que "os pagamentos não são ilícitos" e que isto só acontece porque iniciou "um processo moralização" quando liderou o partido.
"São os partidos todos, porque é que também é o PSD? Se alguma coisa aconteceu no meu tempo foi uma reforma no sentido de moralizar ao máximo tudo isto. Não é que estivesse mal, mas era moralizar, mas isto é o que em Portugal não se percebe, não sei se aqueles com uma educação mais germânica percebem. Eu sempre pautei por meter as coisas na ordem. A primeira coisa que fiz quando cheguei à Câmara do Porto foi o combate às baixas fraudulentas, gente que não trabalhava e tinha baixas fraudulentas e fui constituído arguido.”
O antigo líder do PSD desvaloriza a investigação e refere que "estamos a falar de uma coisa para produzir uma notícia e é sempre feio quando as coisas acontecem desta forma".
"O problema não é meu, eu não tenho problema nenhum, não aconteceu nada e está tudo bem. Isto é para produzir notícias”, reforçou.
Rui Rio disse que ainda não falou com a liderança do PSD, até porque a Polícia Judiciária levou-lhe o telemóvel: “Eu nem tenho telefone, a única coisa que levaram foi o telefone e um estudo”.
A Polícia Judiciária realizou esta quarta-feira de manhã buscas que visam diretamente o ex-presidente do PSD, Rui Rio, e outros dirigentes e funcionários social-democratas, por suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder.
Em causa está a alegada utilização indevida de dinheiros públicos na anterior gestão do PSD. A notícia foi inicialmente avançada pela CNN e entretanto confirmada pelo PSD.