Apesar de ser um meio de transporte com muita história (desde a primeira metade do século XVIII) a ferrovia terá um papel chave no futuro das sociedades modernas. Não é frase que se escreva de forma leviana; há razões a antecipar que o caminho de ferro vai recuperar a centralidade roubada por automóveis, camiões e aviões.
As vantagens económicas da ferrovia vão da longa vida útil, baixos custos de operação em passageiros e mercadorias, até ao estímulo de criação de indústria e crescimento urbanístico à sua volta, aumentando a oferta de mobilidade.
As vantagens sociais também não são negligenciáveis; menor sinistralidade, favorece a igualdade dos usuários e é um meio preferido pelo conforto, desde que a oferta seja a adequada.
A ferrovia é ainda mais amigável do meio ambiente com menores emissões de gases, promovendo o uso de energias limpas com a aposta em I&D, menor contaminação sonora e, ocupando menos espaço que as estradas, beneficia a conservação de um recurso tão importante como o solo.
O modelo de ferrovia não deverá sofrer uma alteração radical no imediato, mas vai evoluir a par da tecnologia disponível com custos de construção e de operação otimizados e com exploração eficiente ajustando-se à procura.
A indústria consciente da revolução tecnológica criou grupos multidisciplinares (construtores, fabricantes, operadores, engenharias, etc) para inventar o futuro. O melhor exemplo é o programa da UE Shift2Rail, estruturado à volta de cinco programas de inovação (IPs), cobrindo os distintos subsistemas técnicos e funcionais da ferrovia via “Conecting Europe Facility” (CEF).
O passageiro viajará de forma rápida, fiável e segura com intercâmbios contínuos e eficazes. A infraestrutura será usada de forma extensiva aproveitando toda capacidade instalada também na carga de mercadorias. Estes aspetos já se insinuam no presente e, antes de darmos conta, já estarão em serviço comercial.
António Brancanes dos Reis, presidente da APAC, a organização com mais conhecimento instalado na sociedade civil para discutir o setor, avalia se a ferrovia tem um grande futuro à sua frente, talvez ainda bem mais brilhante que o seu glorioso passado.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus