A Ordem dos Médicos propõe acabar com os atestados médicos de curta duração, até três dias, por considerar que a medida pode descongestionar urgências e centros de saúde e uma auscultação feita pela Renascença no Centro de Saúde de Gouveia, utentes e médicos tendem a discordar da proposta.
Médico há mais de 30 anos, Gil Barreiros desconhece em rigor proposta da Ordem dos Médicos, mas, face ao que ouviu, manifesta discordância e levanta algumas questões.
“Há situações clínicas que se podem revolver em dois/três dias e pode haver situações clínicas que justifiquem que o trabalhador tenha baixa. Então, nesses casos, como se faz? Não vão trabalhar? Não podem? A entidade patronal não paga? Tem falta injustificada?”, questiona Barreiros.
Para o médico de Gouveia, o cenário proposto pela Ordem dos Médicos “vai fazer cair-se numa situação de ilegalidade, porque, então, passa-se o atestado para quatro ou cinco dias", pelo que "não se vê como essa medida descongestione urgências".
Opinião diferente tem a utente Elisabete Almeida, 45 anos, empregada de escritório. “A ter que pedir baixa, não é para três dias, que é pouco,. Tem que se ter motivo válido de saúde e não se justificam três dias”, declara.
Goreti Ferreira, 40 anos, operária fabril, tem dois filhos e não concorda com a ideia da Ordem dos Médicos: “Eu acho que está mal, porque se uma pessoa está doente precisa de apoio em todos os aspectos. Se apanhas uma febre e não podes ir trabalhar, porque não ficas em casa só três dias e ao quarto já vais trabalhar?”.