O líder da UGT exigiu, este sábado, que o Governo dinamize a contratação coletiva e ponha em prática o acordo celebrado em 2018.
Em debate numa sala fechada, para celebrar o 1.º de Maio online, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, deixou recados ao Governo:
"A UGT exige, reivindica que o Governo possa dar uma nova dinamização à negociação coletiva. Exigindo a todas as empresas que recorram à contratação pública que estejam abrangidas pela contratação coletiva, seja a nível setorial, seja ao nível da empresa. Há um acordo celebrado em 2018 com a UGT sobre o combate à precariedade e a dinamização da negociação coletiva. Aproveite-se, então, o momento para realmente a dinamizar e que passe a abranger mais do que o cerca de um milhão de trabalhadores abrangidos anualmente, metade do que existia em 2018."
Carlos Silva assinalou ser essencial que Portugal abandone, "a breve trecho, o velho paradigma dos baixos salários" e que pare de justificar esta política com os baixos índices de produtividade.
"Cabe aos empregadores apostarem na inovação na redução de custos de contexto na articulação com o Estado e na melhoria das qualificações dos trabalhadores, onde a formação assume papel primordial, para ultrapassar o défice que ainda existe na área da formação", vincou.
Críticas e elogios a pretexto da pandemia
Com dardos à TAP e à Caixa Geral de Depósitos, o secretário-geral da UGT avisou, ainda, que o Governo "não pode assobiar para o lado e ignorar o que se passa no momento atual na vida do seu próprio país".
Muito menos considerando que Portugal faz da dimensão social "pilar prioritário na sua ação na presidência da União Europeia".
Apesar das críticas, Carlos Silva também deixou elogios à ação do Governo durante a pandemia, em que conseguiu transmitir aos portugueses "uma sensação de tranquilidade e de serenidade contra o pânico, a incerteza e os populismos e demagogia que crescem e se revigoram à custa da dor do sacrifício e das tragédias dos povos".
"O maior inimigo da demagogia e do populismo é a seriedade e a verdade na governação e na vida pública. A vida pública está para servir os portugueses e não para servirem a si próprios e esta é uma situação que Portugal não esquece nem perdoa", atirou o líder da UGT.