Sobre o Banif, apenas é consensual que nós, contribuintes, iremos pagar muito dinheiro, uma soma desproporcionada da pequena dimensão desse banco. O resto é controverso.
Na sexta-feira passada, na Assembleia da República, o governador do Banco de Portugal disse que a resolução do Banif fora desencadeada pelo governo de A. Costa. O ministro das Finanças desmentiu.
O comprador do Banif, o Santander Totta, beneficiou de pressões do BCE? V. Constâncio desmentiu. O Santander Totta foi injustamente beneficiado na operação? O seu presidente insinuou que, se soubesse o que hoje sabe sobre as contas do Banif, talvez não tivesse avançado para a compra. E assim sucessivamente.
Na quarta-feira, começam os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso. A anterior, sobre o BES/GES, até funcionou bem - mas não revelou muitos segredos, nem tinha meios para tal. Daí a necessidade de uma auditoria externa à resolução do Banif, conduzida por uma entidade não política, prestigiada, competente e independente. Para ao menos sabermos porque nos sairá tão caro o Banif.