Nova versão da lei da eutanásia ainda no Parlamento
15-11-2021 - 11:58
 • Susana Madureira Martins

Aprovado há 10 dias pelo parlamento, o novo texto ainda não passou sequer pelo gabinete de Eduardo Ferro Rodrigues antes de seguir para as mãos do Presidente da República.

Aprovada há 10 dias pelos deputados, ainda não saiu do Parlamento a nova versão da lei da eutanásia, com o diploma a manter-se nos serviços da Assembleia da República e, ao que a Renascença sabe, ainda não terá chegado sequer ao gabinete de Eduardo Ferro Rodrigues antes de seguir para Belém.

No detalhe sobre a iniciativa consultável no site do Parlamento na Internet, a redação final da nova versão foi feita na quarta-feira (mesmo depois da aprovação final no plenário, os diplomas vão a uma verificação final na comissão e nos serviços), o que indica que estará para muito breve o seguimento dos trâmites: publicação em Diário da Assembleia da República com assinatura do despacho pelo presidente do Parlamento, três dias para consulta no Diário da AR e eventuais reclamações e depois então o envio para a Presidência da República.

A partir do momento em que receba o diploma que despenaliza a morte medicamente assistida, Marcelo Rebelo de Sousa tem oito dias para decidir se envia o novo texto para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva da constitucionalidade e vinte dias para optar pela promulgação ou pelo veto. Já na semana passada, em Évora, o Presidente mantinha todos esses cenários em aberto.

O novo decreto foi aprovado a 5 de novembro com os votos a favor da maioria da bancada do PS, 13 deputados do PSD, entre os quais o líder do partido Rui Rio, Bloco de Esquerda, Verdes, PAN, Iniciativa Liberal e das duas deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Votaram contra a lei da eutanásia sete deputados do PS, 62 do PSD, PCP, CDS e Chega. Dois deputados do PS e três do PSD optaram pela abstenção.

Do total dos 230 deputados que compõem a Assembleia da República, estiveram presentes 227, dos quais 138 votaram a favor, 84 contra e cinco abstiveram-se.