O Papa aceitou esta quinta-feira a renúncia apresentada por D. João Marcos ao cargo de bispo de Beja, nomeando como novo bispo da diocese D. Fernando Paiva, do clero de Setúbal.
“Encham-se de jubilo os vossos corações e deem glória a Deus nosso Pai que nos ama tanto. Às portas da Semana Santa deste ano de 2024, o Senhor concede-nos uma prova evidente da sua solicitude amorosa por este seu povo da diocese de Beja”, escreve D. João Marcos, num comunicado enviado à Agência Ecclesia.
O responsável apresenta à diocese alentejana o percurso do novo bispo, convidando todos a acolhê-lo como um “bom pastor”.
A data da ordenação episcopal e da tomada de posse “serão anunciadas em breve”.
“Esse será um dia de grande festa para todos nós. A partir de agora e até essa data continuarei a servir-vos como administrador apostólico da diocese de Beja”, acrescenta D. João Marcos.
“Abraço-vos muito cordialmente no Senhor, sobretudo aos padres e diáconos que ao longo destes últimos anos foram expressão do meu serviço a todos vós”.
D. João Marcos, que completa 75 anos a 17 de agosto, era bispo de Beja desde 3 de novembro de 2016, dia em que sucedeu a D. António Vitalino, após ter sido nomeado por Francisco como coadjutor da diocese alentejana a 10 de outubro de 2014, com direito de sucessão.
Beja (então Pax Julia) tem cátedra episcopal desde o ano 531, sendo seu primeiro bispo histórico Santo Apríngio; em 754 esta cátedra desapareceu, tendo a diocese sido restaurada em 1770, pelo Papa Clemente XIV, sendo o primeiro bispo da diocese D. Frei Manuel do Cenáculo.
Com cerca de 12 300 km2, é a segunda diocese mais extensa de Portugal, englobando 14 concelhos do distrito de Beja e os de Grândola, Santiago do Cacém e Sines, do distrito de Setúbal.
D. João Marcos é natural da Diocese da Guarda; frequentou os seminários do Patriarcado de Lisboa, sendo ordenado sacerdote a 23 de junho de 1974 por D. António Ribeiro; a ordenação episcopal aconteceu a 23 de novembro de 2014, sob a presidência de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca.
Além do curso teológico no Instituto Superior de Estudos Teológicos do Patriarcado, frequentou o curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, hoje Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Pároco entre 1974 e 2002 e membro do Conselho Pastoral do Patriarcado de Lisboa a partir de 2001, foi nomeado cónego da Sé de Lisboa em 2003; fez várias experiências de itinerância como membro do Caminho Neocatecumenal, nomeadamente em Évora (1981-1983), em Dublin (1984) e em Porto Velho, Manaus e Belém do Pará (Brasil, 1985).
Os temas da formação sacerdotal e da representação iconográfica da Liturgia da Bíblia preenchem as principais publicações da autoria de D. João Marcos.