Pelo menos 27 pessoas morreram na sequência de um ataque contra um autocarro militar em Damasco, a capital da Síria.
Segundo a agência de notícias oficial SANA, 14 pessoas morreram diretamente por causa do atentado e outras 13 morreram nos bombardeamentos governamentais que se seguiram, visando zonas controladas pelos rebeldes.
Duas bombas colocadas num autocarro militar explodiram esta quarta-feira de manhã, ao passar perto de uma ponte no centro de Damasco, noticiou a agência oficial SANA, matando 14 pessoas e ferindo pelo menos outras três.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem uma extensa rede de fontes na Síria, todas as vítimas mortais eram militares.
O ataque, o mais mortal na capital síria há quatro anos, ainda não foi reivindicado, mas, uma hora depois, as forças governamentais bombardearam a província de Idlib, o último grande bastião 'jihadista' e rebelde no noroeste.
Uma fonte militar citada pela SANA disse que um terceiro engenho explosivo "caído do autocarro após a explosão foi desmantelado".
Imagens publicadas pela agência síria mostraram socorristas a inspecionar o autocarro queimado numa área normalmente movimentada no centro de Damasco.
Em 2011, a repressão dos protestos pró-democracia na Síria desencadeou uma guerra que tem vindo a diminuir de intensidade nos últimos anos.
"Há muito tempo que não víamos este tipo de incidentes, pensávamos que já tinham acabado", testemunhou Salman, trabalhador numa mercearia local.
Este atentado foi o mais mortífero em Damasco desde um ataque reivindicado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico em dezembro de 2017 (pelo menos 30 mortos), uma vez que a cidade tem sido largamente poupada à violência desde que as forças pró-governamentais recapturaram o último grande reduto rebelde perto da capital, em 2018.
Na província rebelde de Idlib, os bombardeamentos do regime mataram 13 pessoas e feriram outras 26, segundo o OSDH.
Os civis incluem quatro crianças e um professor que estavam a caminho da escola, de acordo com uma declaração do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que condenou a violência.
Os bombardeamentos são os mais mortíferos em Idlib desde a trégua negociada pela Turquia - que apoia os rebeldes sírios - e a Rússia - aliada do regime -, em vigor desde março de 2020 na região.
O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e outras organizações 'jihadistas' que controlam parte da província de Idlib retaliaram com bombardeamentos nas zonas vizinhas controladas pelo regime.
Além disso, seis combatentes das principais forças pró-regime, as Forças de Defesa Nacional, morreram e outros sete ficaram feridos hoje numa explosão num depósito de munições na província central de Hama, de acordo com o OSDH.
[notícia atualizada às 18h58]