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A diocese de Viana do Castelo coloca todos os seus equipamentos e valências sociais ao dispor de quem está na linha da frente do combate ao coronavírus.
Numa emocionada carta, dirigida a todos os colabores em instituições de solidariedade social da sua diocese, D. Anacleto Oliveira pede que não abandonem os seus postos de trabalho numa altura em que os idosos e utentes mais frágeis mais precisam do seu apoio.
O apelo do bispo surge na sequência do encerramento de um lar em Famalicão cujos utentes ficaram sem apoio quando oito dos funcionários adoeceram com coronavírus. O Governo já interveio nesse caso para garantir a segurança dos idosos e a ministra pediu a todos os lares que tenham um plano de contingência.
Na sua carta D. Anacleto diz aos colaboradores de instituições de solidariedade social que é agora que são mais necessários. “nós precisamos de vós! Todos nós, tenhamos ou não familiares e amigos entre os que usufruem do vosso imprescindível trabalho. Por amor de Deus – e daqueles que Deus mais ama, porque mais precisam – não abandoneis o vosso trabalho: não deixeis os idosos e débeis entregues a si mesmos, salvo naqueles casos extremos em que a vossa saúde já não vos permite continuar e em que certamente se encontrará gente que vos substitua.”
Para que tal seja possível, o bispo promete toda a ajuda que a diocese possa dar. “Sabei que, para tudo isso e por tudo isso, tendes o apoio e a gratidão da Diocese a que presido. Um apoio, não apenas por palavras. Na medida das nossas possibilidades, estamos dispostos a proporcionar-vos os meios logísticos necessários, para que, depois do vosso trabalho, não tenhais imprescindivelmente de voltar para casa, para junto dos vossos familiares, podendo assim infetá-los. Já o estamos a fazer em relação a profissionais da saúde. Não será diferente convosco.”
“Ponde-vos em contacto com os responsáveis pelas instituições que servis, sobretudo se integradas no serviço social e caritativo da Diocese. Estou convencido de que eles tudo farão, para conseguirem o referido abrigo, caso seja necessário”, garante.
D. Anacleto equipara todos os que estão na linha da frente do combate ao coronavírus “testemunhas de vida” e aos que já deram, e darão, a vida, apelida de mártires.
“Quão exemplar, estimulante e admiravelmente se entregam à sua missão! Correndo, mais do que ninguém (por estarem na linha da frente), sério risco de serem vítimas daquilo que combatem. Além de vários já infetados, tem havido mesmo vítimas mortais. Autênticos mártires, no sentido mais completo do termo: testemunhas da luta pela vida – e, consequentemente, de Deus – paga com a própria vida. Que nos ensina o evangelho de Jesus Cristo, senão isso?!”
Em todo o mundo a Igreja Católica, e outras confissões religiosas, tem-se associado da forma que pode ao combate ao coronavírus, seja através da cedência de espaços, seja através de donativos ou apenas de encorajamento e prestação de apoio espiritual.
Em Portugal o coronavírus já fez 23 mortos e infetou mais de mil pessoas. Na Europa o país mais duramente atingido é Itália, onde já morreram mais de seis mil pessoas de covid-19.