O Papa acredita que pode visitar a Rússia e a Ucrânia para contribuir para uma solução de paz. Em entrevista à Reuters, Francisco também comenta o fim do direito ao aborto nos Estados Unidos.
Em entrevista à agência Reuters, o Papa admite que a viagem ao Leste da Europa poderia acontecer após a visita ao Canadá, entre 24 e 30 deste mês.
“Eu gostava de ir [à Ucrânia] e queria ir primeiro a Moscovo”, disse Francisco numa conversa de 90 minutos.
Houve contatos entre o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, sobre uma possível viagem a Moscovo, mas os sinais iniciais não eram bons. No entanto, o Papa admite que algo pode ter mudado.
“Trocámos mensagens por causa disso porque considero que se o Presidente russo me der uma pequena janela de servir a causa da paz…”, declarou o Santo Padre.
“E agora é possível, depois de eu regressar do Canadá, é possível que eu consiga ir à Ucrânia. A primeira coisa é ir à Rússia para tentar ajudar de alguma forma, mas eu gostaria de ir às duas capitais”, sublinhou nesta entrevista à agência Reuters.
Papa e o fim do direito ao aborto nos EUA
Outro tema da conversa foi a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de acabar com o direito ao aborto, ao reavaliar a decisão Roe vs. Wade, de 1973.
O Papa diz respeitar a medida tomada pelos juízes do Supremo norte-americano, mas diz não ter informação suficiente para comentar a decisão do ponto de vista jurídico.
Francisco reforça a sua condenação do aborto, que compara “à contratação de um assassino”, e sublinha que para a Igreja a vida começa no momento da conceção.
"Eu pergunto: é legítimo, é certo, eliminar uma vida humana para resolver um problema?", questiona o Papa.
Nesta entrevista à Reuters, Francisco desmentiu os rumores de que planeia renunciar num futuro próximo, devido aos seus problemas de saúde.
"Quando chegar o tempo em que vir que já não sou capaz...farei isso", respondeu o Papa a propósito da possibilidade de resignar ao cargo por razões de saúde, sublinhado que esse foi um grande exemplo deixado pelo agora Papa Emérito - Bento XVI fez essa escolha em 2013.
Questionado sobre quando pensava que isso pudesse acontecer, disse: “Não sabemos. Deus o dirá”.