Mais de 300 pessoas estão a pedir indemnização por terem sido abusadas sexualmente pelo principal agente de talentos do Japão, o falecido Johnny Kitagawa, segundo avança a BBC News.
Numa conferência de imprensa esta segunda-feira, a agência disse que 325 pessoas entraram em contacto sobre a indemnização como vítimas. A agência confirmou que 150 deles eram ex-artistas.
Numa tentativa de reparar a reputação da empresa, foi anunciado que vai ser renomeada para SMILE-UP e vai tratar exclusivamente da identificação e indemnização das vítimas. Uma nova empresa vai ser criada para gerir os artistas.
Um documentário da BBC publicado em Março, que incluía alegações de várias vítimas adolescentes que trabalhavam para a agência exclusivamente masculina, atraiu a atenção internacional. Várias outras supostas vítimas falaram, incluindo o ex-artista do J-pop Kauan Okamoto, que declara ter sido abusado durante anos.
No mês passado, a sobrinha de Kitagawa, Julie Fujishima, renunciou ao cargo de chefe da agência depois de um inquérito ter revelado que os abusos ocorreram ao longo de seis décadas. O mesmo inquérito também pediu à agência que indemnizasse as vítimas.
Desde que surgiram as notícias do abuso, emissoras e marcas como Nissan, Asahi e Suntory pararam de trabalhar com a agência.
Kitagawa foi um dos homens mais ricos e poderosos do Japão. Durante décadas, foi responsável pelo lançamento das boybands e artistas mais famosos do país.