O CDS-PP defendeu esta terça-feira uma clarificação política entre os partidos de esquerda, que apoiam o Governo do PS, no debate de quarta-feira sobre o Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas.
O deputado centrista Pedro Mota Soares apontou diretamente a PCP e BE, que desafiou a serem coerentes com as críticas que fazem ao Governo, numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, em Lisboa, na véspera do debate com o ministro das Finanças, Mário Centeno.
"Haverá uma clarificação política, que é muito importante. Não é sério, do ponto de vista político, ter partidos como o PCP e o BE que à segunda, quarta e sexta rejeitam e dizem que não são base de apoio do Governo, mas à terça votam Orçamento do Estado e à quinta o Programa de Estabilidade", afirmou Mota Soares.
Esta é a quarta vez que o CDS propõe, no parlamento, a rejeição do Programa de Estabilidade, da responsabilidade do Governo. Nos anos anteriores, todas foram chumbadas pela maioria de esquerda na Assembleia.
É "uma clarificação política muito relevante", dado que o CDS "não concorda com o caminho que o Governo está a propor" para Portugal e, por isso, sugere um "caminho alternativo", apresentando propostas também elas alternativas para os programas de Estabilidade e Nacional de Reformas.
O parlamento debate na quarta-feira o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas do Governo e recomendações de PSD, CDS-PP e PCP sobre o documento, com objetivos diferentes, que apenas serão votadas na sexta-feira.
O PSD propõe a rejeição da "estratégia e caminho económico e orçamental" previstos no Programa de Estabilidade, enquanto o CDS-PP quer que a Assembleia da República recuse o próprio documento apresentado à Assembleia da República em 15 de abril.
O Governo apresentou no dia 15 de abril o Programa de Estabilidade para 2019-2023, no qual mantém a meta de défice de 0,2% do PIB para 2019 e prevê um excedente para 2020 (0,3% do PIB).
No documento, o executivo reviu em baixa o crescimento da economia para 2019, apontando agora para uma expansão de 1,9%, um decréscimo face aos 2,2% que o Governo antecipava no Orçamento do Estado, mas que supera as previsões dos restantes organismos.