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Mais de uma centena de médicos, alguns reformados, escreveram uma carta a queixarem-se das barreiras administrativas que lhes foram levantadas quando se ofereceram para ajudar como voluntários o Serviço Nacional de Saúde.
Sublinhando que o SNS "vive um dos seus períodos mais exigentes de sempre", situação na qual "todos são precisos e ninguém é dispensável", os médicos dizem-se dispostos a ajudar, que já se ofereceram, mas que forem levantadas barreiras administrativas e ao trabalho voluntário.
Na carta, enviada à ministra da Saúde, ao Primeiro-ministro e ao Presidente da República, e cujo primeiro signatário é o médico Gentil Martins, dizem que milhares responderam ao desafio lançado pelo bastonário da Ordem dos Médicos, que "a lista foi enviada ao Ministério da Saúde" e que "nada aconteceu ou foi colocado um conjunto de barreiras administrativas inexplicáveis, entre as quais a recusa de trabalho voluntário".
"Mas somos poucos para tanto que está a atingir a nossa saúde e o nosso SNS", lamentam os clínicos, dizendo que mantêm a "vontade de participar ativamente no combate à pandemia", "na educação para a saúde das populações", "nos inquéritos epidemiológicos", "no trace covid", "no apoio à vacinação" e "nos hospitais de campanha".
Na missiva, os médicos consideram incompreensível não terem sido chamados a participar "quando os hospitais e centros de saúde começam a claudicar por cansaço" e a "saúde pública todos os dias alerta para a falta de recursos".
"Estamos aqui e queremos ajudar neste combate. Lutando com toda a nossa energia e materializando tudo aquilo que afirmámos no nosso Juramento de Hipócrates", afirmam, pedindo aos governantes que assumam que é necessário o esforço de todos e que "o 'exército' pode ser reforçado".
"Os portugueses não entenderão que se continue a não aceitar a nossa presença e que a nossa participação seja dificultada por burocracias inexplicáveis", consideram, pedindo que a sua ajuda seja considerada como voluntária.