Após alguma tensão, os elementos da Unidade Especial de Polícia da PSP afastaram os estivadores que bloqueavam a entrada do porto de Setúbal. Queriam impedir a passagem de um autocarro com trabalhadores contratados que os vão substituir.
Os precários, que se recusam a apresentar ao trabalho desde o passado dia 5, estão desde 6h00 à entrada do terminal de embarque de automóveis do porto de Setúbal, em protesto contra o carregamento de um navio com viaturas produzidas na fábrica da Autoeuropa em Palmela.
Dezenas de estivadores que permaneciam sentados no chão a bloquear a passagem do autocarro, sob vigilância atenta da PSP, começaram já a ser retirados, um a um, pelos elementos da polícia, depois de serem inicialmente afastados os que estavam em pé em protesto por um cordão policial.
“Alguém foi contratar mercenários para virem furar a luta de outros trabalhadores”, disse à Renascença António Mariano, líder sindical do SEAL.
O sindicalista lembra que o “Porto de Setúbal está parado devido à coação e perseguição que tem sido feita a estes 150 trabalhadores precários. As empresas não são obrigadas a pagar-lhes todos os dias e eles não são obrigados a estar disponíveis para trabalhar”.
Na quarta-feira, a Autoeuropa disse ter recebido garantias do Governo para a realização de um carregamento de automóveis esta quinta-feira.
De acordo com a empresa, o planeamento do navio, que faz parte das escalas regulares para o porto de Emden, na Alemanha, "teve por base a garantia de uma solução para o embarque de veículos dada pelo Governo e pelo operador logístico".
Esta posição fez com que os trabalhadores eventuais, em luta por um contrato coletivo de trabalho, agendassem uma concentração para hoje, em protesto contra o carregamento deste navio com estivadores contratados para os substituírem.
Junto ao porto de Setúbal está montado, desde o início da manhã de hoje, um forte dispositivo policial com dezenas de elementos na Unidade Especial de Polícia e da brigada de intervenção rápida da PSP.