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O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) confirmou esta segunda-feira que já foram retirados do Afeganistão os 20 cidadãos portugueses que exerciam funções na delegação da União Europeia (UE), na NATO e no aeroporto civil deste país.
“Concluiu-se, deste modo, a evacuação dos cidadãos portugueses que se encontravam, por razões de trabalho, no Afeganistão”, anunciou o Ministério, em comunicado.
O MNE explicou que a operação foi assegurada pelas instituições europeias e empresas empregadoras e “contou com a colaboração da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em articulação com as Embaixadas de Portugal em Doha, Abu Dhabi e Islamabad e com o Consulado Geral em Londres”.
Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Um porta-voz dos talibãs afirmou esta segunda-feira que estender além do final de agosto os esforços dos países aliados para retirar pessoas do Afeganistão representa uma "linha vermelha" e provocaria "uma reação".
Shuail Shaheen falava à televisão britânica Sky News, na véspera de uma reunião do G7 (grupo dos sete países mais ricos) presidida pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para analisar a crise afegã e a possibilidade de alargar o prazo para evacuações.
O Reino Unido já retirou do Afeganistão 5.725 pessoas desde 13 de agosto, incluindo 3.100 afegãos, indicou hoje o Ministério da Defesa.
Boris Johnson deverá defender junto dos Estados Unidos uma extensão das operações de retirada em Cabul, durante a cimeira virtual do G7 dedicada ao Afeganistão na terça-feira, disse hoje o secretário de Estado das Forças Armadas britânico, James Heappey, à Sky News.
“Cerca de 10 milhões de crianças no Afeganistão precisam de assistência humanitária para sobreviver. Estima-se que um milhão de crianças irá sofrer de subnutrição aguda grave ao longo deste ano e que poderão morrer sem tratamento”. O alerta é feito pela diretora Executiva da UNICEF.
A previsão é de que as necessidades humanitárias irão aumentar nos próximos meses, agravadas por uma seca grave e a consequente escassez de água, pelas consequências socioeconómicas da pandemia e pelo início do inverno.