Após dois meses sob estado de emergência, Angola passa esta terça-feira a estado de calamidade e dá um primeiro passo para a retoma da normalidade na atividade económica do país.
O decreto assinado pelo presidente João Lourenço determina que sejam retomadas as obras públicas consideradas urgentes, estratégicas ou prioritárias; as restantes terão de esperar por 9 de junho. As pescas e atividades agropecuárias e industriais são retomadas na totalidade.
Já os restaurantes e estabelecimentos comerciais passam a funcionar com metade da capacidade entre as 6h00 e as 15h00, prevendo-se que, a partir de 8 de junho, a abertura das portas se possa estender até às 22h30. Os hotéis podem funcionar em pleno. Discotecas e casas de jogos continuam encerradas.
Futebol será retomado em poucos dias. As escolas ficam para mais tarde
A reabertura plena de todas as unidades de saúde públicas e privadas, bem como o regresso aos postos de trabalho de metade dos funcionários públicos do país, são outras das medidas abrangidas pelo decreto de estado de calamidade em Angola.
Já a reabertura das escolas irá esperar pelo dia 13 julho, data para a qual está prevista a reabertura do ano letivo, oficialmente interrompido desde 24 de março. Mais rápido será o regresso do futebol e de outras atividades desportivas.
A prática do desporto a nível individual passa a ser possível a partir desta terça-feira e, daqui a apenas uma semana, será permitido o regresso aos treinos e a todas as atividades desportivas, oficiais e não oficiais. A presença de público e em que condições será alvo de regulamentação específica.
Restrições nas fronteiras mantêm-se. Luanda com cerca sanitária
Apesar da evolução para estado de calamidade, há coisas que ainda não vão mudar em Angola. O diploma prevê que a cerca sanitária de Luanda seja mantida até 9 de junho.
E as fronteiras mantêm-se encerradas por tempo indeterminado, com as exceções já previstas durante o estado de emergência, que incluem a possibilidade de regresso ao país de cidadãos nacionais e residentes.
No início da pandemia de Covid-19, a Organização Mundial de Saúde incluía Angola entre os países menos preparados para enfrentar o novo coronavírus. De acordo com os últimos dados da Universidade Johns Hopkins, o país registou até ao momento um total de 70 casos confirmados e quatro vítimas mortais.